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O futuro, segundo Lucas e Spielberg

“Os estúdios de cinema vão explodir e a indústria de cinema será algo como é hoje a Broadway: poucos grandes filmes, que ficarão em cartaz durante vários meses. A maioria das produções não será exibida nos cinemas, mas transmitida pela internet.”

As previsões não são minhas, nem de algum lunático que caiu de paraquedas em Hollywood. São de Steven Spielberg e George Lucas, simplesmente os dois mais bem sucedidos cineastas/produtores de todos os tempos. Eles devem saber o que falam. Se considerarmos suas duas carreiras, que já duram 40 anos, ambos levaram mais gente aos cinemas e às videolocadoras do que todos os outros cineastas somados. Conhecem como ninguém a arte de fazer filmes e, mais do que isso, a mistura de arte, investimento e sociologia (ou talvez psicologia social) que compõe o negócio de promover e distribuir filmes.

Spielberg e Lucas, amigos desde que se conheceram na faculdade de cinema da UCLA, no final dos anos 60, participaram nesta quarta-feira de um debate sobre o futuro da indústria de entretenimento, justamente com estudantes de cinema. E, segundo o site Variety, não mostraram muito otimismo em relação ao que será de Hollywood após a avalanche da internet. A seguir, algumas de suas previsões:

“O que vai haver é uma implosão. Com tantas formas de entretenimento competindo pela atenção do público, será mais fácil gastar US$ 250 milhões num único filme do que produzir vários de orçamento pequeno. Talvez haja apenas meia dúzia de grandes lançamentos por ano; o restante nem irá para os cinemas, mas direto para a televisão via internet, e o público irá comprá-los via serviços on-demand.” (Spielberg)

“Haverá menos salas de cinema, e serão salas grandes. Um ingresso irá custar 100 ou 150 dólares, como acontece hoje no teatro. Os grandes filmes ficarão em cartaz o ano inteiro, como os shows da Broadway. Na prática, já está sendo quase assim. O último filme de Spielberg, Lincoln, quase não chegou aos cinemas; meu Red Tails também não. Nem nós estamos conseguindo.” (Lucas)

Bem, e quando tudo isso vai acontecer? “Daqui a uns cinco anos”, respondem os dois. Ou seja, estamos às portas de um cenário tipo Blade Runner ou Exterminador do Futuro, onde talvez não sobre ninguém para contar a história. Ou talvez sobre. Lucas e Spielberg fazem questão de ressalvar que nem tudo está perdido: “As pessoas sempre vão querer boas histórias, isso nunca vai mudar.”

Que alívio!

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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