Categories: Uncategorized

O DVD morreu. Viva o DVD!

DvdDiscsDvdDiscsPara a maioria das pessoas que se julgam bem informadas, o DVD já é quase uma relíquia. Alguns até têm seus velhos discos guardados, mas não tocam neles há anos. Se perguntados, provavelmente responderão como a maioria dos executivos da indústria de entretenimento: “O DVD morreu”. Pois é, mas a realidade talvez não seja tão simples para se definir numa frase tão curta. Apenas um dado atual: os velhos disquinhos ainda representam mais da metade do faturamento dos estúdios de Hollywood.

O número está numa reportagem da revista americana Forbes desta semana, cujo autor garante que, apesar de todas as (r)evoluções recentes, o DVD ainda não está pronto para ser declarado morto. Se está, trata-se de um lucrativo defunto, assim como o são os livros, os gibis e os seriados dos anos 70/80 que vivem sendo reprisados na televisão. O texto cita dados do DEG (Digital Entertainment Group), que analisa as tendências nos mercados de vídeo, TV, streaming, video-on-demand, ebooks etc. Em 2012, por exemplo, a receita mundial com a venda desses produtos somou pouco mais de US$ 18 bilhões; a venda de discos foi de 700 milhões de unidades, o que significa 30% a menos do que em 2004. E, no entanto, os tais US$ 18 bilhões eram praticamente os mesmos oito anos atrás.

Conclusão: o público continua consumindo entretenimento com idêntica voracidade, só que agora distribuída entre diversos formatos. Claro, o consumo online é o que mais cresce, mas atenção para o que diz Bill Clark, presidente da Anchor Bay, uma das principais distribuidoras dos EUA: “Em qualquer análise que se faça, os discos físicos têm maior importância como fonte de receitas. Não há sinal de que as mídias online irão superá-los. Nosso desafio é fazer crescer o bolo como um todo.”

A seguir, seis razões pelas quais – pelo menos no mercado americano, o maior do planeta – o DVD é e vai continuar sendo fundamental nos próximos anos, segundo a Forbes:

1.As crianças precisam desses discos, especialmente em época de férias, e eles são mais práticos e mais baratos do que os Blu-ray;

2.Nos EUA, muitos estúdios ainda estimulam o uso de mídias físicas através do padrão UV (UltraViolet): ao comprar um disco, o consumidor “ganha” direito também à cópia online;

3.Muito além dos filmes, conteúdos de todo tipo são vendidos em bancas de revista, supermercados e até postos de combustível: música, esportes, ginástica, religião. Tudo em formato de disco;

4.Para quem busca a máxima qualidade de som e imagem, um disco ainda é melhor do que qualquer formato online; para os mais exigentes, o nome é BLU-RAY;

5.Se, no passado, foi difícil entender a “guerra dos formatos” (Blu-ray vs HD-DVD), muito mais complicada é essa história de nuvem… Para o consumidor leigo, nada como ter o disco na mão. iTunes, Netflix e outros serviços online são ótimos, mas para quem tem uma boa conexão de banda larga, o que não é o caso da maioria dos mortais.

6.E, para quem não vive nos grandes centros urbanos, o DVD continua sendo a forma mais prática e barata de ter acesso a uma grande quantidade de filmes. E nenhum distribuidor pode desprezar os milhões de famílias do interior – que, acrescento eu, existem tanto nos EUA quanto na Europa ou no Brasil.

Vai daí que… viva o DVD!

AddThis Website Tools
Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • Muito interessante esta análise, Orlando. Ela vem somar forças com uma teoria bem simplória que formulei ontem ao ler os seus artigos e os do Planetech acerca das novidades em 4K e até 8K que é justamente o fato de que estes novos formatos estão sendo criados numa tentativa quase desesperada das japonesas em voltar a ter um grande lucro com estas tecnologias. Só que o próprio Full HD ainda não chegou à maior parte das pessoas, e estas justificativas sobre o DVD dão força a esta teoria. Sempre haverá os 'heavy users', que desembolsarão quantias enormes para estarem à frente dos demais consumidores, mas, sinceramente, é uma coisa muito ingrata. Acabei de adquirir um plasma de 60" e estou muito satisfeito com a imagem full hd que ela me traz, cheguei a me questionar para que eu pensava no 4K. Enfim, é só um devaneio.

    Abs!

Share
Published by
Orlando Barrozo

Recent Posts

Streaming: plataformas se unem contra tributação

Lembram-se de quando comentávamos sobre cotas na TV paga? Parece que faz tanto tempo... (cliquem…

15 horas ago

Tarifas já afetam custos da automação nos EUA

      Duas semanas após o anúncio das novas tarifas pelo governo americano, a…

2 dias ago

TVs: as promessas para 2025

Já comentamos, rapidamente, algumas tendências para 2025 no segmento de TVs, mostradas na CES, em…

1 semana ago

Trump, tarifas e tecnologias (3)

No sábado 12, logo após publicar o segundo post sobre a questão das tarifas (para…

1 semana ago

Trump, tarifas e tecnologias (2)

    Como prometido no post de ontem, vamos começar a dissecar a questão das…

2 semanas ago

Trump, tarifas e tecnologias (1)

    São tantos os malefícios causados pela nova política comercial do governo americano que…

2 semanas ago