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Blockbuster: o triste fim de uma lenda

Segundo o site Huffington Post, a foto ao lado é o melhor retrato da situação a que chegou a Blockbuster. Das 5.500 lojas que tinha por volta de 2005, restam cerca de 350, das quais 300 deverão ser fechadas até o final do ano pelo grupo Dish Network (do setor de TV por satélite), que em 2011 pagou US$ 234 milhões pela rede, já então em estado pré-falimentar; outras 50 lojas pertencem a franqueados, que talvez consigam manter uma ou outra.

Se fosse no Brasil, e seus donos tivessem “bons contatos” no governo federal, talvez surgisse um BNDES ou uma Caixa Econômica para ajudar. Nos EUA, porém, poucos – além de alguns moradores de pequenas comunidades sem acesso a streamings e downloads – se importam com o fim de uma marca que simboliza o próprio conceito de videolocadora. Nesta quarta-feira, executivos da Dish anunciaram que o fechamento das lojas irá custar os empregos de aproximadamente 2.800 pessoas, lembrando que tentaram manter o negócio de várias formas, inclusive trocando toda a diretoria no ano passado e se aproximando do público hispânico. Chegaram a lançar um receptor (set-top box) semelhante aos de TV paga, oferecido quase de graça aos clientes que quisessem receber os filmes via internet.

Nada disso funcionou. Na verdade, a Blockbuster perdeu o chamado bonde da história há cerca de dez anos, quando desprezou um pequeno serviço de entrega de DVDs a domicílio, chamado Netflix. Depois, também não levou a sério a rede Redbox, que alugava DVDs em quiosques de rua. Ambas acabaram migrando para a internet, onde hoje a Blockbuster também está, mas quase não é notada. “Eles nunca admitiram que os serviços online seriam um concorrente forte”, comentou no The Wall Street Journal o ex-presidente da Warner Home Video, Warren Lieberfarb.

Pois é. Fica a lição: no mundo de hoje, especialmente quando se trata de tecnologia e entretenimento, nunca é bom desprezar um concorrente. Por menor e mais inofensivo que ele pareça.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • Block what?... :-)

    Serio, alguem AINDA se lembrava da Blockbuster?... A empresa ja morreu ha muito tempo, junto com o negocio de locacao de filmes em midia fisica. Isso so deve existir ainda no interior e em suburbios distantes e mais pobres, sem internet de alta velocidade... :-)

  • Aqui no Brasil, especificamente em SP e RJ a Block ampliou para delivery de filmes e há 2 meses atrás encerrou suas atividades sem explicações para os clientes. O serviço e preços eram bons, o acervo razoável. Mas a demanda massiva daqui valoriza mais comprar um TV Ultra HD 4K em 36x no crediário e baixar/comprar os filmes gravados no cinema por aí. Restam algumas únicas sobreviventes locadoras de bairros, a ótima rede 2001, o delivery da Netmovies (muito boa) e os On Demand que ainda estão engatinhando por aqui.

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