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3D, agora só sem óculos

Ainda como resíduo da CES 2014, vale a pena lembrar que a Vizio, hoje uma das marcas de TV mais vendidas nos EUA, anunciou que não irá mais comercializar modelos 3D. Curioso é que quase todos os outros fabricantes que vimos no evento mantêm esse recurso, mas com o mínimo de divulgação; parece que ser 3D tornou-se apenas mais um item, ou obrigação, dos TVs atuais.

Definitivamente, a indústria chegou ao consenso de que aqueles óculos são um obstáculo intransponível à adoção da novidade, por mais que haja bons conteúdos para ver (e nem são tantos assim). Ou seja, a solução é acelerar o desenvolvimento dos TVs 3D glassless, também chamados “autoestéreo”, ou autoestereoscópicos, que não exigem o acessório. “Muitos usuários, e até revendedores, acham que a TV 3D foi um fracasso, já que nenhuma emissora deu certo”, analisa Nicholas Routhier, presidente da Sensio, empresa que oferece vídeos 3D via streaming. “Foi criada uma expectativa exagerada, como se fosse possível assistir a tudo em 3D. Não é isso que as pessoas querem.”

Routhier lembrou, e com razão, numa entrevista ao site Variety, que muitos consumidores nem sabem que seus TVs podem funcionar em 3D… Falta, portanto, maior conhecimento do público sobre esse recurso e, claro, maior quantidade de conteúdos – especialmente filmes – para ver. Na CES, algumas empresas demonstraram sistemas 3D sem óculos, mas nenhuma realmente convincente. Não se consegue a mesma profundidade, e qualquer mudança de posição prejudica a imagem.

Em suma, é algo para mostrarmos na CES 2016 ou 2017, quem sabe.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Eu tenho a firme convicção de que o consumidor é quem deve ter a palavra final quanto aos "porquês" do avanço lento na aceitação das mídias 3D. Os "especialistas" e "articulistas" insistem em afirmar que o problema crucial reside tão-somente na utilização dos tais óculos 3D. Eu posso afirmar, na qualidade de consumidor, que o problema está mais acima disto: OS PREÇOS ABSURDOS DOS BLU-RAYS DISC 3D que ainda insistem em custar muito caro, tanto aqui no Brasil quanto no exterior (USA+EUROPA, regiões formadoras de opinião onde, na Europa, o DVD PAL de 576 linhas, ainda é mais apreciado do que o Blu-ray Disc), e demoram muito tempo para abaixar de preço desde o lançamento. Eu uso os óculos 3D em cima dos meus óculos de grau, e não vejo nenhum inconveniente nisto visto que um filme em 3D não dura mais do que 2:30 horas, exceto o Titanic que teve uma conversão para o 3D nota 10. Se as tais novas TVs 3D "glassfree" não nos brindarem com as mesmas qualidades visuais das TV 3D atuais, permitindo que algumas cenas extrapolem o limite da tela, para fora, não vejo vantagens na sua aquisição; afinal de contas para termos a sensação de alguma imersão no ato cinematográfico 3D faz-se necessário, às vezes, termos um pouco de ilusão visual na nossa sala...

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Orlando Barrozo

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