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Campeonato de marketing

A Samsung marcou um belíssimo gol na transmissão do Oscar, no último domingo. Diante de um público internacional estimado em mais de 1 bilhão de telespectadores, a apresentadora Ellen DeGeneres exibiu para as câmeras um smartphone Galaxy com o qual fotografava as diversas celebridades presentes à festa. A certa altura, reuniu várias delas para uma selfie, que acabou se tornando instantaneamente a imagem mais acessada nas redes sociais nos últimos anos (foto).

Selfie, para quem não sabe, é como são chamados os “autoretratos” captados com smartphones e que os autores em seguida jogam nas redes. Com a agilidade dos aparelhos atuais, milhões de selfies são divulgadas a todo momento. Mas nenhuma até hoje havia conseguido juntar, num único clique, nomes como Brad Pitt, Meryl Streep, Julia Roberts, Kevin Spacey, Jennifer Lawrence, Angelina Jolie etc. Patrocinadora do Oscar desde 2009, a empresa montou no salão de entrada do Dolby Theater, onde aconteceu a cerimônia deste ano, um videowall com nada menos do que 86 displays de vários tamanhos (TVs, tablets e smartphones) exibindo imagens dos filmes indicados.

Mas a ação não para aí. Nestes cinco anos, a Samsung já investiu US$ 24 milhões no patrocínio da transmissão do Oscar pela rede ABC, segundo a revista AdAge, especializada em publicidade. O que dá uma média de US$ 4,8 milhões por ano, ou seja, uma pechincha. Imaginem quanto custaria reunir aquele time de estrelas para um anúncio convencional…

Sacadas assim são notáveis, quando se pensa como é difícil hoje em dia para uma marca se diferenciar no mercado sem detonar todo o seu orçamento de marketing. Algo parecido está acontecendo neste momento aqui no Brasil. Impedida de associar sua imagem à Copa do Mundo (a concorrente Sony é um dos patrocinadores oficiais), a mesma Samsung decidiu se unir à CBF, patrocinando a seleção brasileira – que, por motivos óbvios, é a mais vista e comentada do evento. Resultado: seus anúncios podem exibir alguns dos principais jogadores brasileiros (Neymar é da Panasonic).

Outro gol de placa, em nome do marketing.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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