Antes de elaborar melhor sobre a situação dos imigrantes, convém lembrar que Viana é do PT e Alckmin (PSDB) é candidato à reeleição; e que as eleições serão daqui a seis meses. Num expediente que qualquer regime racista assinaria embaixo, o governador acreano brinca com o desespero dos haitianos, transferindo-os para outro local (eufemismo para “expulsão”) e, com isso, tentando se livrar daquele incômodo.
Descarregados no aeroporto paulistano, a Secretaria de Justiça encaminhou os haitianos para o setor responsável pelo atendimento a imigrantes, que lhes providenciou comida e carteiras de trabalho. Sem lugar para ficar, acabaram dormindo no chão de uma igreja. Segundo o jornal Folha de São Paulo, desta vez foram 176 pessoas; em um mês, teriam sido 500; nos últimos dois anos, a cidade já acolheu cerca de 2 mil haitianos. Muitos, no entanto, acabam sendo cooptados pelo tráfico ou vão trabalhar clandestinamente, como escravos.
O Brasil tem longa tradição na recepção a imigrantes, e não haveria por que ser diferente com os haitianos. Em São Paulo, por exemplo, há hoje enormes comunidades de bolivianos, angolanos, chineses e árabes, sem falar das levas de japoneses, portugueses, italianos, libaneses, alemães etc., que ajudaram a desenvolver a cidade em décadas passadas. O mesmo ocorre no Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco. Desde quando começou o êxodo desesperado dos haitianos, após o terremoto de 2005, o governo brasileiro já deveria ter idealizado uma política de emergência para atendê-los e encaminhá-los. Ao contrário, a ordem que parece ter sido emitida em Brasilia foi “manda pra São Paulo”.
Do alto de seu cinismo, o governador do Acre acusou o governo paulista de “higienista” ao saber das queixas de que, pela quantidade de pessoas, a transferência deveria, no mínimo, ter sido antecedida de um comunicado. Pelo visto, não é isso que o preocupa. Importante, mesmo, é livrar-se da indigesta população visitante, que não vota – e, de quebra, criar mais um problema para um adversário político.
E é bom repetir: com o aval do Ministério do Desenvolvimento Social. A isso alguns chamam de “política social”.
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