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TV paga: “gatonet” virou brincadeira

Nesta terça-feira, enquanto em Brasilia a Anatel anunciava os números de junho na TV por assinatura (quase 19 milhões de domicílios atendidos, com penetração de 29%), em São Paulo a ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) fazia seu almoço anual de apresentação de sua feira e congresso, que acontecem na próxima semana. Os números do setor de fato de são interessantes. Além do crescimento contínuo na venda de assinaturas (taxa anual de 11%), os canais pagos subiram 20% em audiência entre janeiro e maio; somando todos, é mais do que a Rede Record, segunda entre as emissoras abertas. O impacto do Netflix aparentemente não vem sendo significativo, e até as receitas de publicidade crescem em ritmo mais forte do que a média do mercado de mídia.

Talvez o principal problema da TV paga brasileira, como acontece em outros países, seja hoje a pirataria de sinal. “Os tempos românticos do gatonet ficaram para trás”, resume Oscar Simões, presidente da ABTA. Eram tempos em que a TV a cabo predominava e a criatividade brasileira, especialmente em comunidades pobres, introduzia o “puxadinho” nas instalações. Hoje, com o domínio das redes digitais e da TV por satélite (que representa 61,85% do mercado, segundo a Anatel), pirataria de sinal de TV passou a ser coisa de crime organizado.

No Congresso da ABTA, será apresentado um estudo inédito mostrando o impacto dessa atividade para o país. Mas sabe-se que existem máfias internacionais comandando o negócio, assim como fazem com o tráfico de drogas, de armas e até de bebês. Segundo Simões, são esquemas altamente sofisticados e que envolvem tecnologias complexas, difíceis de combater. Perto deles, nosso velho gatonet pode ser considerado quase brincadeira de criança.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • O brasileiro é chegado num crimezinho mesmo.Esse negócio da pirataria está realmente profissional.

    Uma conhecida resolveu "assinar" uma tv dessas piratas.Pagou um valor pelo "decoder" aberto e paga mensalidade(parece que R$50,00)para manterem o sinal aberto pois a codificação muda constantemente para evitar a pirataria.

    Pode chamar o "técnico" à qualquer hora para ir à sua casa fazer manutenção(tem que ter coragem para deixar essa gente entrar em casa)e tem TODOS os canais disponíveis,inclusive de futebol e pornôs.E olha que é uma pessoa com recursos para pagar legalmente por tudo isso...

    Este país nunca vai ter jeito...Parece que está no dna...

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Orlando Barrozo

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