4k conflictComentamos algumas vezes aqui sobre a tecnologia Ultra-HD (4K) e seus benefícios, e muitos leitores parecem confusos diante da opção de trocar seus TVs agora. Será que vale a pena já adotar um 4K? Li em alguns sites coisas como “melhor deixar para 2016”, como se alguém tivesse certeza de que daqui a um ano as dúvidas terão desaparecido…

Sinto informar que ninguém – ninguém mesmo! – tem essa resposta. Depois de tudo que foi declarado, publicado, fotografado e filmado durante a CES (sempre é bom dar uma olhada no nosso hot site), e após duas semanas de repercussões, fica claro que a própria indústria está dividida. Aos poucos, vamos tentar aqui esclarecer as questões técnicas e mercadológicas que envolvem essa mudança.

A principal inovação trazida pelo UHD, claro, está na resolução de imagem (cerca de 8,3 milhões de pixels, contra pouco mais de 2 milhões do Full-HD). Só que, infelizmente, não basta colocar mais pixels no TV; isso, por si só, não torna a imagem mais convincente. Ao contrário do que aconteceu na chegada do FHD, a percepção do usuário diante da tela não é tão impactante. Ou seja, 4K realmente é superior, mas nem todo mundo percebe isso claramente!

O que a indústria tenta agora, com a chamada “2a. Geração” de TVs 4K, apresentada na IFA (em setembro) e na CES, é deixar essa sensação mais transparente para o consumidor. No entanto, isso só será possível se todos os fabricantes trabalharem juntos a partir de normas técnicas padronizadas. É uma pena, mas até hoje a tecnologia UHD não encontrou um padrão.

Daí por que foi criada, no final do ano passado, a UHD Alliance, uma associação dos principais fabricantes com os estúdios de cinema visando estabelecer normas que todos apoiem. Não é fácil. Alguns – Philips, Toshiba e a chinesa TCL, por exemplo – fecharam acordo para usar o processamento Dolby Vision, que aumenta a faixa dinâmica do sinal, com ganho precioso de contraste. Ótimo, mas a Dolby cobra royalties, e os demais fabricantes não querem pagar; acham que a Alliance deve desenvolver um processamento único, cujo custo seria bem mais baixo, e assim todas as empresas (e o consumidor) se beneficiariam.

Esse é apenas um exemplo (comentaremos sobre outros nos próximos posts). Pela enésima vez, a indústria entra em desacordo por causa de normas técnicas, confundindo o consumidor que está em vias de decidir sua compra. Na semana passada, o site californiano GigaOM (aliás, um dos mais competentes no segmento) deu detalhes sobre esse conflito.

Enfim, voltando à pergunta inicial, vale a pena adotar já o 4K? Acho que sim, vale, mas sem ilusões (claro, dependendo do preço). Um bom TV Full-HD atende hoje plenamente as necessidades de um usuário exigente. E não há o que assistir, ainda, em 4K. Mas isso pode mudar rapidamente (aguardem aqui notícias sobre Netflix, HEVC, HDR e outras inovações e serviços que essa tecnologia oferece).

5 thoughts on “UHD: mais dúvidas do que certezas

  1. Quando finalmente o TV de Plasma ficou disponível no Brasil, juntamente com as LCDs (sem Leds), eu demorei longos anos antes de me decidir o que comprar e qual marca eleger para, finalmente, ter-me decidido pela Panasonic, uma FullHD (TH-50PZ80LB) que está perfeita até hoje. Quando chegou a febre do 3D, novamente fiquei em cima do muro por 4 anos, até que essa tecnologia ficasse madura e acessível. Novamente Panasonic (65VT50b) que funciona com perfeição inacreditável de imagem até hoje, melhorando ainda a cada dia. Tenho visto algumas TV 4K da LG e Samsung e achei que realmente a definição de suas imagens impressionam, principalmente em ecrãs de grande tamanho (LG 84″) quando se pode perceber uma diferença indiscutível frente ao melhor FullHD que existe. Então, eu acredito que o futuro da TV 4K está nos ecrãs grandes para que possamos nos sentir como se estivéssemos num cinema, exceto ainda o problema do preço delas, além do que acredito que o futuro do TV 4K (UHD) está nos painéis de OLED, que poderá nos remeter às lembranças da qualidade de um bom TV de Plasma, mas com muito mais definição e paleta de cores. Aguardo ansioso para ver uma OLED UHD funcionando para confirmar minhas suspeitas.

  2. Para comprar um tv 4k agora,só se o usuário achar “um lixo” o fullhd e estiver desesperado por uma resolução maior.

    Para adquirir uma tela com essa resolução só compensa se for de grandes dimensões(79,84 ou 85 polegadas).Daí quando os padrões estiverem definidos,esses aparelhos podem se tornar obsoletos e só para retira-los de casa já será um transtorno,imagine para comercializá-los…É dinheiro perdido na certa.

    Se você estiver contente com sua tv atual ou ao menos conseguir aturá-la,melhor esperar…

  3. Então…, mesmo pra quem é exigente e tem um bom TV FULL HD e que ainda não há o que assistir…, vale a pena esperar mais um pouco…, e é isso o que vou fazer.

  4. Fico com a posição do Edison Ciscon ou, Barrozo, se você tiver uma melhor explicação para seu último parágrafo, posso pensar em trocar a minha TV FHD. Você diz que “vale a pena adotar já o 4K”. Em seguida dá todas as razões para que pensemos que “NÃO vale a pena trocar já para 4K”, ou seja : um TV FHD atende plenamente ao mais exigente usuário e não existe conteúdo em 4K suficiente. Porque então, volto a perguntar, você acredita que vale a pena trocar JÁ o FHD? Muito obrigado.

  5. Caro Roberto, desculpe se não ficou clara a explicação. Parece que fiquei “em cima do muro”. O fato é que, se você não tem interesse agora em ver imagens 4K, não há mesmo por que ter pressa em trocar de TV. A única fonte desse tipo de sinal, hoje, é o Netflix, e para isso você precisa de uma boa conexão de banda larga. Agora, se tiver que comprar um TV novo, sem dúvida vale a pena partir para o 4K, cujos circuitos são mais avançados do que qualquer Full-HD. Assim, você já pode assistir ao Netflix e a outros serviços de vídeo 4K que certamente irão aparecer nos próximos meses. Abs. Orlando.

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