Na semana passada, no evento CE Week em Nova York, um painel de especialistas discutiu a questão, concluindo que o foco do desenvolvimento do padrão 4K está errado. Com base nas informações do site HD Guru, especializadíssimo, vamos resumir aqui por que eles chegaram a esse quase consenso.
O ponto central é o chamado HDR (High Dynamic Range), definido como a diferença entre o máximo nível de preto e o máximo nível de branco na imagem. A tecnologia atual permite ampliar essa faixa dinâmica, mas o que se percebe, na prática, que esse conceito nada mais é do que o velho contrast ratio (“taxa de contraste”) utilizado há décadas. Os fabricantes justificam que, no domínio digital, é possível ampliar o espectro de cores, de modo a obter mais variações de vermelho, verde e azul, com isso gerando cores mais fortes e ao mesmo tempo naturais. Mas os experts que se reuniram em NY não pareceram convencidos disso.
“Nossos testes comprovaram que as pessoas querem imagens cada vez mais brilhantes, mas que isso, após duas horas de filme, provoca intensa fadiga visual”, comentou Joe Kane, fundador da Imaging Science Foundation e um dos consultores mais requisitados da área. “Quando o brilho é muito forte, é preciso aumentar a luz ambiente, caso contrário perde-se contraste”, relembrou ele, para quem havia esquecido desse pequeno detalhe.
Tecnicamente, o nível de brilho num display é dado em nits, unidade de luminância que equivale a 1 candela por metro quadrado. Segundo outro participante do debate, Mark Schubin (engenheiro-chefe da Metropolitan Opera, uma das mais importantes casas de espetáculos do mundo), os TVs atuais variam entre 138 e 1.000 nits. Ou seja, dependendo de qual TV se tenha em casa, e da quantidade de luz disponível no ambiente, pode ser necessário até sete vezes mais contraste!
Depois de quase duas horas de discussões, os experts reunidos ali pela CEA (Consumer Electronics Association), entidade que representa mais de 3 mil empresas do setor, foram unânimes em propor a revisão das especificações HDR. O padrão tem que incluir normas concretas de brilho e contraste, e os aparelhos terão que ser produzidos (e comercializados) de acordo. Vamos ver se a indústria admite o erro e resolve se mexer.
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A materia repete uma tecla na qual eu bato ha anos, meramente por conversar durante horas com compradores de televisor nas lojas: o consumidor normal, aquela parcela da populacao que compra televisores aos milhoes, quer aparelhos com imagens BRILHANTES, nao quer repetir na casa dele aquela imagem escura normal nos cinemas... E se voce falar para ele que precisa tornar a sala dele escura como um cinema, isso so piora as coisas, porque "ninguem" que nao seja um aficcionado maluco quer transformar sua sala/quarto em batcaverna meramente para assistir televisao.
Nao estou defendendo se está certo ou errado, mas o consumidor medio procura por imagens brilhantes e nao por imagens com muito "preto mais preto que preto".
Aqui no Brasil, ao menos, é comum repetir um falso mantra que o que matou o Plasma teria sido alguma especie de campanha enganosa dos vendedores quanto ao burn-in, e isso nao é verdade... O Plasma matou-se a si mesmo, por ser uma tecnologia que nao facilitava a producao de aparelhos menores com resolucoes mais altas, e por nao oferecer imagens BRILHANTES como o as telas LCD iluminadas a LED. Foi o LED quem enterrou o plasma. [Rubens]
Digam o que disserem mas até agora não encontrei um tv mesmo que 4k ou OLED que possa competir em qualidade de imagem com minha plasma Panasonic 65VT60.
Nem imagino quando vou substituí-la,tamanho o grau de satisfação que obtive com ela.
Até o vinil voltou...vamos esperar e ver o que acontece com as tvs...