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Estamos falando de um futuro bem próximo. No Brasil, milhões de famílias ainda nem têm acesso à TV digital; nem governo nem emissoras sabem como se dará, na prática, a transição do atual padrão analógico, como mostramos recentemente aqui. Mas essa TV digital corre o risco de já nascer obsoleta. Isso tem a ver com algo que também já comentamos: os atrasos e indecisões do governo, devidos, em grande parte, às tentativas de fazer uso político dessa mídia. Detalhes sobre isso aqui, aqui e aqui.

Na TV aberta, o governo é dono do espectro, repartido entre as emissoras pelo regime de concessão. Mas o futuro da TV passa pela internet, e aí a influência política torna-se muito mais difusa. Como lembra Samuel em seu texto, no IBC, um evento destinado a discutir televisão, deu-se mais ênfase à internet! E não é coincidência. Aconteceu também no nosso SET Expo, realizado em São Paulo no mês passado.

Para prestar um serviço melhor, inclusive com multiprogramação e qualidade de imagem mais avançada, a TV aberta vai precisar de mais espectro. Já a internet, em suas várias modalidades de vídeo, depende apenas de largura de banda. É consenso entre os especialistas que o UHD, por exemplo, tem muito melhor condições de avançar pela internet do que pela televisão. Mesmo a TV por Assinatura ainda reluta em investir nesse padrão, enquanto Netflix, Amazon, YouTube e outros serviços já o adotaram.

Nesse quadro, tudo indica que a TV aberta continuará existindo como “mídia popular”, para atender a imensa maioria da população em países como o Brasil. E a IPTV será cada vez mais relevante em termos de conteúdo premium e qualidade de áudio e vídeo. Simplesmente, não há alternativa.

3 thoughts on “TV para ricos, TV para pobres

  1. Concordo que a IPTV será cada vez mais relevante, mas discordo com a idéia geral do texto, de que sinal aberto será obsoleto e de conteúdos para os mais pobres.

  2. Sei nao, Fernando… HOJE eu ja tenho essa impressao que a TV Aberta, ao menos no Brasil (onde a qualidade do conteudo é pessima), é coisa para os mais pobres… Nao sei se pelo custo, ou se é porque essas pessoas possuem um nivel cultural menor, e aí gostam do que a tv aberta exibe, principalmente no tal “horario nobre” (com cada vez mais novelas, BBB e programas de auditorio aos baldes no resto do dia)…

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