pseudo fig7Meses atras, saiu a notícia de que havia no mercado internacional falsos TVs 4K (detalhes aqui). Normal: existem dezenas de marcas descartáveis, a maioria chinesas, e só as aceita quem quer. Mas a tecnologia 4K é mesmo complicada. Embora haja diversos modelos à venda, ainda não existe uma padronização definitiva, e nada garante que um aparelho adquirido hoje será compatível com os sinais que estarão disponíveis daqui a um ano (leiam sobre a questão das patentes envolvidas).

Agora, um site alemão acaba de prestar um ótimo serviço aos usuários, publicando um teste comparativo de laboratório, e detalhado, sobre TVs 4K (Ultra HD) e seus equivalentes 2K (Full HD). Publicamos aqui uma tradução quase literal do trabalho, que merece ser lida com atenção.

Mas este vídeo, produzido pela mesma equipe, vai ainda mais longe. Com imagens dinâmicas tem-se uma compreensão melhor do processo tecnicamente chamado “contagem de pixels”, pelo qual aquilo que parece ser nem sempre é. Segue a tradução das legendas do vídeo:

Comparação entre painéis UHD
O painel RGBW LCD reduz o detalhamento e exibe um verde sem saturação. Em seguida aos subpixels verdes, as linhas diagonais são interrompidas.
No caso dos pixels vermelhos, não existe qualquer estruturação; painéis RGBW OLED apresentam o mesmo problema.
A linha do pixel, ou “estrutura de resolução horizontal 100%”, é muito reduzida no painel RGBW LCD; a resolução UHD fica comprometida.
Não há quase nenhum contraste visível nos detalhes em verde, nas frequências mais altas, usando o TV LCD RGBW; as cores estão sem brilho nem saturação.
A estrutura dos pixels vermelhos se perde completamente, tanto nos painéis RGBW OLED quanto LCD; um resultado satisfatório aparece somente em RGB LCD.
Na análise checkerboard, usada normalmente para verificação de contraste, a estrutura de cada pixel só é visível em RGB LCD e RGBW OLED. Em RGBW LCD, há menos subpixels e, portanto, não se consegue reproduzir a estrutura. A resolução é insuficiente para captar os detalhes em UHD.
No checkerboard verde, não se consegue reproduzir a largura de 1 pixel no painel RGBW LCD.
Na análise individual dos pixels, tem-se bom resultado em RGB LCD e RGBW OLED, mas eles aparecem largos demais em RGBW LCD, que utiliza até 5 subpixels ao mesmo tempo.
Já no teste checkerboard 2×2, a reprodução deve ser boa num TV UHD, já que a resolução da fonte de sinal seja Full-HD. Na verdade, a estrutura no painel RGBW está criando uma área maior para os campos brancos do que para os pretos. 
Usando apenas o canal vermelho, a estrutura de pixel 2×2 se perde totalmente no painel RGBW LCD.
A grade preta sobre fundo branco deve reproduzir bem num TV UHD, pois representa a resolução Full-HD. No entanto, os detalhes horizontais são filtrados no RGBW LCD.
A filtragem é ainda mais forte no canal verde do RGBW LCD.
No canal azul, a filtragem é melhor.
Agora, a questão da legibilidade das letras: a leitura de “e” e “w”, em particular, fica comprometida.
pseudo fig5
Vejam o vídeo e leiam o artigo.
É a primeira vez que se publica algo do gênero sobre 4K.

10 thoughts on “TVs UHD, mas que não são bem UHD…

  1. Traduz isso pra gente, Orlando… Olhando apenas o video, entendi que os paineis RGB tradicionais sao melhores em termos de resolucao que os paineis RGBW (que a LG adota, se nao me engano). Ou seja, mesmo um LCD RGB é melhor que um OLED RGBW, na questao da resolucao. É isso mesmo?…

  2. Orlando,isso me parece uma guerra declarada aos paines RGBW 4k da lg,que são mais baratos de se produzir do que os RGB comuns,inclusive alguns certificadores internacionais como CECI,UL E TUV,orgãos bastante sérios,já certificaram que esses painéis NÃO interferem em uma exibição 4k.

  3. Olá Rubens, realmente o tema é complicado e polêmico. Por isso, acrescentei o link do artigo original, que está traduzido no site hometheater.com.br. Há uma controvérsia envolvendo a LG e a Consumer Technology Association, que vetou alguns produtos dessa empresa alegando que não eram 4K de verdade. Esse teste que comentamos no blog mostra que alguns subpixels são suprimidos, gerando imagens mais luminosas porém com resolução mais baixa. Pela explicação dada pela LG (o link está no texto), isso não prejudica a imagem final que se vê na tela. E claro que a Samsung está pressionando para provar que prejudica, sim. Os autores do teste são figuras respeitadas, daí por que publicamos. Mas é importante ler o texto com calma para entender o conceito de “contagem de subpixels”, assunto essencialmente técnico. Outro detalhe fundamental: apenas uma linha de TVs LG utiliza esse recurso, justamente a mais barata; os modelos top funcionam de modo similar aos de outras marcas. Espero ter ajudado. Obrigado mais uma vez pela participação.

  4. Melhor,sempre que possível,aguardar os testes da HT&CD,antes de se decidir a comprar uma tv,ainda mais UHD.

    Estou cada vez mais inclinado a postergar a troca da minha Panasonic 65VT60,considerando tudo isso e ainda a encrenca do HDMI…

  5. Orlando como ficou o caso da LG e suas TV’s que nao eram realmente UHD 4K? Por exemplo a 55LA9650 que para assitir UHD necessita-se de pagar R$1600 Reais por um Kit que troca as placas, processador e torna a TV uma 55UB8500 . Pode me mandar alguma materia sobre este tema das falsas UHD da LG?

  6. Olá Hilton, desculpe, mas não estou sabendo dessa história de “troca de placas”. De fato, houve problema com um modelo da LG no passado, mas ficou nisso. Recentemente, fizemos um pedido de esclarecimento à UHD Alliance sobre os TVs que realmente são certificados como “UHD”. Estamos aguardando a resposta. Obrigado.

  7. Sou um de centenas de clientes que compraram uma TV LG 55LA9650 para depois saber que para assisteir conteudo 4K UHD necessita-se de um KIT de Atualizacao Muitos clientes que compraram a TV desconheciam o problema por falta de conteudo ou velocidade de banda de internet para tentar assistir Netflix, Amazon Prime ou Globo Play em UHD. A LG alega que no manual, pagina 21 diz que em alguns casos podera ser necessario adquirir um kit de atualizacao que na verdade é Recondicionar/Refurbish a TV LG 55LA9650 trocando varias placas e processador e tornando a TV em um novo modelo Frankestein 55UB8500 fato que a LG mantem em segtredo! Ao ir em uma loja nenhum vendedor ou propaganda da LG disse que o produto nao funciona plenamente em UHD, portanto o cliente que acreditou na marca LG comprou uma TV HD melhorada com aplicativos que mal funcionam… uma verdadeira vergonha para com os consumidores brasileiros que foram vitimas da ganancia e ma fé desta empresa alienígena que vendeu para clientes incautos com eu um produto caro com vicios ocultos. Estou entrando com acao contra a LG e representando contra eles no CONAR e Ministerio Publico. Nao podemos deixar isto acontecer em nosso Brasil.

  8. Se eu nao estou enganado e recordo bem, esse “problema” com esses primeiros televisores 4K nao tem nada a ver com o televisor ser ou nao ser 4K. Essa confusao é por falta de informacao do consumidor… Ele é um televisor 4K sim, porque é capaz de EXIBIR imagens 4K.

    O caso é que os primeiros televisores 4K nao traziam embutido um decoder para o codec H265. Dessa forma, as imagens 4K enviadas para ele nao podem estar encodadas em H265, elas precisam ser enviadas para o televisor ja decodificadas por outro aparelho (por exemplo, um player BluRay UHD, um TV Box 4K, um computador e etc.).

    Como a Netflix envia os videos encodados pela internet (por economia de banda), esse televisor nao é capaz de reproduzir as imagens. É “apenas” isso. A solucao seria usar um outro aparelho (pode ser um computador capaz de processar imagens 4K) conectado ao aparelho.

    Mas a resolucao do televisor é 4K sim…

  9. Na mensagem anterior, eu nao expliquei direito: A solucao seria usar um outro aparelho (pode ser um computador capaz de processar imagens 4K) conectado ao televisor via HDMI, e acessar o Netflix atraves desse segundo aparelho. Dessa forma o segundo aparelho fará o trabalho de decodificacao H265 e enviará ao televisor as imagens ja decodificadas.

    É isso. O televisor é 4K sim, ele apenas nao decodifica H265 sozinho.

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