Os idealizadores do Blendle são jovens holandeses, liderados por Alexander Klöping, jornalista, apresentador e empreendedor de apenas 29 anos. Começaram um ano atrás, revendendo conteúdos de publicações de lá, e agora, com financiamento de dois grupos de mídia (Wall Street Journal e o alemão Axel Springer, partem para a internacionalização. Já contam com cerca de 10 mil assinantes, mas a versão beta já é dirigida a mais de 25 mil ao redor do mundo.
Segundo reportagem da Advertising Age, bíblia do marketing e da publicidade (a tradução está aqui), eles já conseguiram atrair para o projeto grifes como The New York Times, Fast Company, Financial Times, Bloomberg, Time e a própria AdAge, que se dispõem a “vender notícias no varejo” (e que outra denominação se pode usar?).
Cadastrando-se no Blendle, você pode adquirir um artigo que lhe interessa pagando na hora, via cartão, PayPal ou algo do gênero, como se faz no Uber ou na Amazon. Os preços variam entre US$ 0,09 e US$ 0,40 para os conteúdos de revistas, e de US$ 0,19 a US$ 0,39 para os de jornais. Cada publicação decide quanto quer cobrar, ficando com 70% da receita.
Ou seja, o Blendle calcula que possa sobreviver recebendo apenas 30% de US$ 0,09 (o que dá US$ 0,03, hoje equivalente a 11 centavos de real) para cada texto de uma Businessweek, por exemplo. Devem imaginar que muita gente aceite pagar, ou não montariam uma equipe para manter o sistema funcionando.
Confesso que torço para que esse tipo de iniciativa dê certo. Klöpping diz que a maioria das pessoas, a partir de um estímulo inicial, acaba procurando mais conteúdos para comprar; como o valor unitário é baixo, a ação é intuitiva, quase automática. Mais: se não gostar do que leu, você pode pedir seu dinheiro de volta. Não sei como se aplicaria, na prática, este último recurso. Mas não custa tentar. Já me cadastrei.
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