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Esporte move a indústria de TV

A um mês da Olimpíada Rio 2016, o mercado de televisão – emissoras, operadoras, produtoras, provedores de vídeo online – analisa com carinho o impacto do esporte no setor. Comentamos dias atrás sobre a iniciativa da Globosat, junto com NET/Claro, de transmitir o evento em 4K (vejam os detalhes), mas o fenômeno é muito mais amplo.

Durante a Euro 2016, que termina esta semana na França, uma experiência está sendo coordenada pelo IBC (International Broadcast Center), que centraliza em Paris a cobertura do torneio. O sinal vindo dos estádios é enviado em 4K, via fibra óptica, ao IBC e ali convertido para exibição em monitores que utilizam o conector DisplayPort, em vez do HDMI. A diferença não é banal: esse conector é de código aberto e, portanto, não são pagos royalties a nenhum consórcio, ao contrário do que se exige no HDMI.

A médio e longo prazo, significa a possibilidade de se transmitir conteúdos 4K em larga escala, a custo mais baixo (detalhes, no site Display Daily). Não sabemos se isso será feito também na Olimpíada, mas é fato que um evento desse porte é uma enorme oportunidade. Na semana passada, durante a feira e congresso da ABTA, em SP, circulamos uma edição especial da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL dedicada ao evento, e um dos destaques foi justamente a força dos conteúdos esportivos para mover o mercado de TV (aberta e fechada).

Sobre a Olimpíada: com todos os problemas de organização e segurança que estamos vendo, do ponto de vista tecnológico o evento tem tudo para ser um novo paradigma. Serão milhares de horas de conteúdo produzido, a maior parte em HD, com 22 canais de TV paga e dezenas de canais online (só da Globosat, 40) transmitindo diversas competições ao vivo, simultaneamente. Haverá ao todo 306 provas, de 42 modalidades, em 37 locais diferentes. Os sinais serão transmitidos do Rio para 206 países, com audiência estimada em 2 bilhões de pessoas, muitas das quais não estarão vendo pela TV, mas em dispositivos móveis.

Segundo a Globo, a rede de fibra óptica utilizada chega a incríveis 370km; cabos submarinos levarão o sinal 8K ao Japão (sempre é bom lembrar: tudo isso é um “ensaio” para os japoneses, que farão a Olimpíada de 2020). Apenas na cidade do Rio de Janeiro, estará funcionando uma rede Wi-Fi com 8 mil pontos de acesso, para atender turistas, atletas, delegações, profissionais que trabalhem nos Jogos, jornalistas e, claro, o público em geral entre 5 e 21 de agosto.

Nos próximos dias, falaremos mais sobre “esporte na TV”, e o que esse tipo de conteúdo produz atualmente, no mundo inteiro, em termos de dinheiro, empregos, audiência e disputas políticas.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • "Segundo a Globo, a rede de fibra óptica utilizada chega a incríveis 370km, o que inclui os cabos submarinos para levar o sinal 8K ao Japão"...

    So 370 Km e chega no Japao? Nao sabia que o Japao era tao perto... :-)

    370 Km, que eu saiba, é a infraestrutura em fibra que a Claro construiu para as Olimpiadas. Os cabos submarinos nao entram nessa conta, obvio. :-)

    • Olá Rubens, desculpe o ato falho. Uma coisa é a rede no Rio, outra os cabos submarinos pro Japão. Obrigado pela atenção. Abs

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