No Brasil, a crise econômica compromete qualquer tipo de análise de médio prazo. Quando a prioridade passa a ser preço, todos os outros fatores envolvidos numa compra desse tipo ficam prejudicados. Um bom exemplo está na iluminação por leds. É consenso que esses dispositivos são mais eficientes, confiáveis e duram mais. Só que, na loja, ao constatar que as lâmpadas tradicionais custam quatro ou cinco vezes menos, o comprador deixa de lado esses atrativos.
No mundo da tecnologia, cada vez fica mais claro que a integração entre os aparelhos é um caminho sem volta. Facilita a vida do consumidor, potencialmente reduz o desperdício e o consumo de energia, e simplifica também os processos de produção, resultando em custos mais baixos. Apesar de todo o alarde em torno da Internet das Coisas (IoT), que ainda é uma solução incipiente (há sérias questões de segurança e confiabilidade na maioria dos produtos), é fato que essa será a grande revolução tecnológica nos próximos anos.
Para ilustrar, repasso aqui um gráfico produzido pela consultoria americana McKinsey, com o sugestivo título There’s No Place Like (a Connected) Home – tradução: “Não existe lugar como uma casa (conectada)”. Eles entrevistaram cerca de 3 mil famílias para verificar até que ponto o conceito smart home está sendo compreendido e quais as dificuldades para sua adoção. Vale a pena conferir a produção em formato gif (vejam o link), mas destaco alguns tópicos:
“Muitos consumidores ainda não entendem o valor dos produtos conectados, e mesmo os early adopters (que já compraram) vêm tendo experiências às vezes frustrantes.
“As áreas da casa onde recursos smart estão sendo mais usados são: eficiência energética, entretenimento, controle de acesso, segurança, conectividade e agendamento de tarefas.
“Recursos como controle por voz e inteligência artificial, em que os aparelhos ‘aprendem’ as rotinas da casa, são muito bem-vindos pelos usuários.
“O número de casas conectadas nos EUA, que era de 17 milhões em 2015, subiu para 22 milhões no ano passado e deve chegar neste a 29 milhões.
“O usuário médio de dispositivos smart enfrenta dificuldade para conectá-los, pois as interfaces são complexas, e isso acaba levando-o a desistir.
“Boa parte das marcas não consegue se diferenciar perante o usuário, o que resulta em margens muito baixas para estimular novos investimentos. E estes precisam ser maiores na comunicação com o público para explicar os benefícios dos produtos”.
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