Em artigo da semana passada (vejam aqui), mostramos por que Sony (PlayStation) e Microsoft (Xbox) decidiram se unir para enfrentar a concorrência das empresas de internet. Já está no ar a plataforma de jogos do Google, e a Amazon também prepara a sua, instaurando o reinado dos cloud games. Os mais afoitos antecipam que este é o fim dos atuais consoles de jogos. 

Pode não ser tão simples assim. Segundo a agência Reuters, que ouviu analistas de Wall Street, é tanto dinheiro em “jogo” que as quatro gigantes, mesmo com todo o seu poder, dificilmente conseguirão impor as regras. A ideia básica é que, com o crescimento da demanda pelos games online, ninguém mais precisará de um console – o acesso cada vez mais será feito pela internet. Algo que já acontece hoje com filmes (Netflix), música (Spotify) e tantos outros serviços.

O problema é a reação dos produtores de conteúdo. Estudo divulgado pelo Citibank estima que os chamados game publishers (Sega, Electronic Arts, Nintendo etc.) tendem a perder receitas com essa tal de nuvem. O relatório aponta, com razão, três tendências:

*Mais gamers preferindo alugar consoles, em vez de comprá-los, e buscar jogos de graça na rede;

*Crescimento do mercado de eSports, em que os usuários passam mais tempo assistindo do que jogando;

*Maior demanda por jogos entre plataformas diferentes.

Nos EUA, já é maior a quantidade de pessoas que assinam serviços de games on line do que canais de TV paga. Só parece haver uma barreira à expansão das big techs (Google, Amazon, Microsoft, Apple e Facebook): a ação das autoridades americanas, através da FTC (Federal Trade Commission), equivalente ao Cade no Brasil. Como já acontece na Europa, devem aumentar agora as pressões para colocar freios nessas plataformas gigantes.

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