Muitos devem se lembrar que há uns dez anos a tecnologia 3D era o must na TV e no cinema. Avatar, o filme de 2009 dirigido pelo ousado James Cameron, foi anunciado como estandarte da revolução tridimensional que iria tomar conta de tudo. O plano não deu certo por dois motivos: o altíssimo custo de produção dos conteúdos e aqueles enjoados óculos escuros que ninguém conseguia usar por mais de dez minutos.

Lembro também que, anos depois, numa das edições da IFA em Berlim, conheci dois engenheiros holandeses que haviam trabalhado na Philips e estavam montando uma startup. Eles fizeram parte da equipe que desenvolveu os TVs 3D na empresa, entre 2005 e 2009, e saíram quando o grupo decidiu desativar a divisão de TVs, vendida para os chineses da TPV (AOC). Os dois persistiram na ideia, e hoje são donos da Dimenco, fabricante holandesa de médio porte cuja especialidade é produzir displays 3D. E, claro, sem nada de óculos.

Nesta CES que começa amanhã, Maarten Tobias e Pieter De Jong deverão falar muito dessa experiência. Afinal, sua startup Dimenco está lançando um display 3D autoestereoscópico – e ninguém precisa ficar repetindo esse palavrão: basta dizer “3D sem óculos” ou, se quiser parecer mais chique, “glasses-free”. É o primeiro desse tipo compatível com imagens em 8K (foto), desenvolvido em parceria com Microsoft e Ultraleap, esta uma desenvolvedora americana de software audiovisual e interativo.

Antes que alguém se empolgue com a ideia de ter um desses em casa, é bom avisar que a Dimenco não produz aparelhos de uso residencial. Sua praia é o segmento profissional, que inclui sinalização digital e displays para produção de conteúdo em arquitetura, publicidade, design industrial etc. De qualquer modo, acho que com isso nos livramos daqueles óculos, não?

Para quem quiser mais detalhes, este é o site da Dimenco.

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