O Brasil fechou 2019 com cerca de 3 milhões de domicílios a menos nas contas das operadoras de TV por assinatura, na comparação com 2016, e o segmento de DTH (TV via satélite) foi o que mais perdeu clientes. Sky e Claro, as duas maiores, estão sob forte pressão, especialmente a primeira, tendo que rever seus modelos de oferta.

Para a Sky, uma boa notícia é que finalmente foi aprovada no Brasil a compra da Time Warner pela AT&T. O negócio irá afetar o mercado de duas formas: ganha fôlego a operação da Turner, que está lançando a CNN aqui, e passa a ser inevitável uma mudança na famosa “Lei do Cabo”, aquela que instituiu as cotas para conteúdos nacionais na TV paga e que proíbe uma operadora de ser também produtora de conteúdo (a chamada “propriedade cruzada”).

A mudança da legislação já começa a agitar o Congresso, como mostra esta reportagem do site Tela Viva. Já a questão da Turner deve mexer com o mercado de canais pagos e distribuição de conteúdos em vídeo. Para quem não está familiarizado: a Time Warner é proprietária da Turner, à qual pertencem os canais TNT, Space, Cartoon, Esporte Interativo e CNN. Além disso, detém o controle da HBO e do Warner Channel, além da Warner Bros. (cinema). Tudo isso agora fica sob o guarda-chuva WarnerMedia, que substitui o velho TW (Time Warner). 

Com a compra pela AT&T, todas essas marcas passam agora a ser administradas pela operadora americana, que também é dona da Sky. Para impulsionar seu negócio de TV paga, a AT&T pode priorizar aqueles canais nos pacotes da Sky. E até criar um “SkyPlay”, ou seja, um serviço de streaming similar ao GloboPlay, com vasta oferta de conteúdos. 

Não foi por acaso que a AT&T lançou na semana passada, nos EUA, o serviço AT&T TV, com conversor próprio que começa a ser entregue nos próximo dia 27 aos assinantes. Essa é a tendência para quem produz tanto conteúdo, no mundo inteiro. 

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