Anos atrás, nos nada saudosos tempos Lula/Dilma, escrevi que, se era possível entender pessoas humildes apoiando medidas populistas, que fatalmente levariam o país à falência (como aconteceu), era imperdoável a atitude das elites intelectuais diante das mesmas medidas irresponsáveis. Hoje, temos o lado oposto dessa moeda. Impossível aceitar que cientistas e profissionais ligados à tecnologia ocultem, ou tentem distorcer, a dura realidade.
Refiro-me, claro, às reações diante da epidemia e das medidas tomadas pelas autoridades. Nunca foi tão fácil o acesso à tecnologia. Graças a ela, ficamos sabendo três meses atrás da gravidade do problema, que começava a se expandir para fora da China. Relatos e imagens pavorosos chegavam por todas as mídias, e muitos formadores de opinião assumiram o velho papel do avestruz, como mostro neste artigo.
Que isso fosse feito pelo homem comum, com pouca instrução e lutando pela sobrevivência diária, era compreensível. Mas alguém que se orgulha de seus conhecimentos técnicos não pode falhar dessa maneira, muito menos fazer pouco de uma doença tão destruidora. Ouvir um infectologista comentar sobre a “baixa letalidade do coronavírus” me fez pensar o que diria esse médico a alguém que tenha acabado de perder um familiar. Ou que reação teria diante da notícia de que, nos EUA, o vírus já matou 7 pessoas de uma mesma família em poucos dias (e outras estão hospitalizadas, em estado grave).
Em contraste com os esforços notáveis de milhares de profissionais da saúde nas cidades já atingidas pela epidemia, infelizmente temos uma parte da sociedade acreditando na lorota da “gripezinha” (em outros tempos foi a “marolinha”). O corona, se tudo correr bem, deve estar contido daqui a alguns meses. O outro vírus, da ignorância mesclada com oportunismo servil, esse talvez não acabe nunca.
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