Aos poucos, o conceito HDR (High Dynamic Range) vai sendo incorporado pelo mercado de TVs. Já estão à venda até mesmo TVs Full-HD de 32 polegadas com esse recurso, da marca TCL. Difícil imaginar a eficiência do processamento, já que HDR implica numa quantidade muito maior de dados a serem analisados pelo TV, mas é uma promessa (ainda não testamos). Fato é que esse recurso vai se tornando quase que default em TVs 4K, embora a oferta de conteúdos dessa categoria ainda seja pequena. E, como 4K tende a ser dominante daqui para frente (já representa mais de 50% do mercado), HDR fatalmente também será.

Tenho dúvidas se o consumidor leigo consegue perceber a diferença na loja. Aliás, temos de esperar as lojas reabrirem para checar… Mas, após dezenas de análises e testes comparativos, fica claro que HDR é, sim, uma das principais evoluções dos últimos anos. Já tratamos do assunto aqui algumas vezes, mas talvez valha a pena relembrar. Imagens captadas com “ampla faixa dinâmica” exibem pretos mais densos sem prejudicar a reprodução dos pontos claros. A foto acima é uma boa referência. Além disso, a câmera usada na captação consegue detectar com muito mais nitidez as variações de luz, sombras e cores no intervalo entre o “preto mais preto” e o “branco mais branco” (este site traz uma boa explicação complementar).

O trabalho do TV é reproduzir tudo isso, o que exige processadores mais eficientes do que os convencionais. São bilhões de dados resultantes da digitalização das imagens originais. Como já explicamos em relação ao upscaling, cabe a um processador identificar esses dados e convertê-los em imagens com a máxima fidelidade. Daí por que, embora todos os fabricantes ofereçam TVs 4K HDR, nem todos têm o mesmo desempenho. 

Importante lembrar que o processamento HDR depende muito da intensidade luminosa produzida pelo TV e de como ela atua sobre os pixels que formam a imagem. Daí a vantagem da tecnologia de leds orgânicos (OLED), que geram a própria luz: a luminosidade de cada pixel é controlada individualmente, reproduzindo com mais precisão as variações de luz e sombra. TVs LCD com backlight do tipo FALD (Full-array Local Dimming) chegam perto disso, pois utilizam maior quantidade de leds para iluminar pequenos grupos de pixels. Num TV com backlight convencional, isso é impossível: a quantidade de luz é a mesma em toda a superfície do painel, ou seja, o preto tende ao cinza e o branco não é tão branco. 

Esse é também o motivo pelo qual não se consegue reproduzir imagens HDR em projetores: grande parte da luz se espalha pelo ambiente e acaba “fazendo falta” à tela. Somente dispositivos de altíssima luminosidade atendem os requisitos de alta gama dinâmica. Tudo isso é teoria, claro, mas comprovada em laboratório e em testes práticos. Para o usuário diante de um TV na loja, a saída é tentar comparar lado a lado imagens de um filme com e sem HDR, se for possível. Aí, a diferença fica evidente.

Para quem quiser se estender no assunto, a última edição da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL traz longa reportagem ilustrada. Solicite um exemplar ou baixe a edição digital neste link

3 thoughts on “HDR veio para ficar. Com ou sem 4K

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