Os excelentes repórteres Julio Wiziack e Gustavo Uribe, da Folha de São Paulo, foram aos bastidores do poder para mostrar, na semana passada, detalhes do imbroglio político. Se na época dos governos petistas a questão era resolvida, quase sempre, com um sonoro “não” a tudo que vinha dos EUA, agora a balança se inverteu: a ordem é apoiar tudo que parte do governo Trump. É o caso das restrições à compra de produtos da chinesa Huawei, líder mundial em 5G (e também 4G).
A reportagem citada mostra que a chamada “ala ideológica” do governo por enquanto está ganhando a disputa, apesar das áreas técnicas da Anatel e do Ministério das Comunicações (recém-recriado) terem dado pareceres a favor dos chineses. O argumento é que hoje mais da metade dos equipamentos em uso no Brasil já são da Huawei, o que facilitaria a transição para 5G. Segundo os técnicos, produtos dessa marca são dos poucos que se comunicam sem problema com telefones e computadores de todas as marcas. Trump, no entanto, defende que essa empresa faz espionagem para o governo chinês.
O destino talvez se encarregue de desfazer o nó para o Brasil. Como o leilão do 5G não acontecerá antes de 2021 (dependendo da crise, pode ficar para 2022), há tempo para se encontrar a melhor alternativa. E se Trump não for reeleito em novembro, provavelmente as restrições serão retiradas.
A reportagem é útil também para se conhecer detalhes técnicos das negociações envolvendo Anatel, Minicom, operadoras e fornecedores. Para quem quiser se aprofundar, recomendo ainda os sites Teletime e Teleco, hoje os mais atualizados nessa matéria extremamente complexa – e, claro, vital para o futuro do país.
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