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Próxima atração: a morte do cinema

A notícia já foi dada algumas vezes ao longo das décadas, mas – como disseram Mark Twain e Steve Jobs – eram ligeiramente exageradas. O cinema nunca morreu (até hoje), embora não faltasse quem decretasse que isso estava prestes a acontecer, por exemplo, quando surgiu a televisão (anos 50), o videocassete (70) e DVD (90. Nem mesmo o streaming era considerado “inimigo mortal”. Mas aí veio a COVID…

Com milhares de salas de cinema obrigatoriamente fechadas, Mulan, uma das maiores atrações da Disney este ano, saltou a famosa “janela de exibição” direto para as telas de TV, computadores, tablets e smartphones. Houve gritaria e até barricadas dos donos de cinema em alguns países, mas as caixas registradoras foram rapidamente substituídas por cliques, quem sabe bitcoins. Na semana passada, o anúncio de que a Warner irá lançar todos os seus filmes de 2021 diretamente no streaming pode ser (e já é) encarado como sentença definitiva para o setor de exibição.

Como mostra esta reportagem do site Poder 360, os números jogam contra aqueles que apostam na sobrevivência do cinema como o conhecemos. Grandes redes de exibição estão indo à falência, e, pelo menos enquanto a maior parte da população não estiver seguramente vacinada, não há qualquer chance para os blockbusters da temporada: Godzilla vs. King Kong, Matrix 4, No Time to Die (o novo 007), Duna, Mulher Maravilha 1984… todos devem sair ao mesmo tempo no streaming e nas poucas salas de cinema que se adaptarem às restrições da pandemia.

Para os fãs da Warner e os personagens da DC Films (vem aí mais um Batman), a má notícia é que o streaming HBO Max não tem ainda previsão de estrear no Brasil. Ou talvez a crise dos cinemas seja um bom pretexto para a empresa, que hoje pertence ao conglomerado AT&T, acelerar a estreia brasileira do serviço. Afinal, os fãs de cinema continuam consumindo filmes, só que não mais como antigamente.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Eu penso que o Cinema conseguiu sobreviver por todas estas décadas apesar de toda a tecnologia desenvolvida, por que ir ao Cinema, sempre foi um evento importante para as pessoas. É diferente de você ligar seu home theater para assistir um filme. Para ir ao Cinema você fazia todo um ritual: vestir uma boa roupa, pegar sua namorada ou esposa, estacionar o carro. Aguardar no saguão do Cinema, comprar seus Mentex, Dropes Dulcora. Ou hoje, pegar um Combo de pipoca com refrigerante. Experimente assistir um filme de comédia no Cinema e depois de um tempo assista em casa. Você jamais vai rir como no cinema! Porque a plateia te faz rir muito mais. Me lembro dos anos 1970 quando assiti Thrinity ou A Pantera Cor de Rosa com Peter Seles, eu chorava de rir!!
    Por isso o Cinema nunca vai morrer!

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Orlando Barrozo

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