Na semana passada, a Claro lançou oficialmente sua “caixa” de streaming, que havíamos comentado aqui em novembro. Era o passo que faltava para concretizar o início do fim da TV paga como a conhecemos. Após mais de 20 anos, e diante de tantas mudanças tecnológicas e comportamentais, a maior operadora brasileira decidiu começar o ano oferecendo a seus clientes – e aos das concorrentes, por que não? – uma nova forma de consumir conteúdo.

O Claro TV Box segue o modelo internacional de receptor digital focado no streaming, e não na recepção linear como são os decoders atuais de TV por assinatura. Desde 2018 vem ocorrendo um aumento vertiginoso dos acessos online através da tela de TV, ao qual corresponde uma queda na audiência das emissoras abertas e no número de assinantes da TV fechada. Em seis anos, quase 5 milhões de famílias deixaram de pagar assinatura – na verdade, o número é maior, mas as operadoras conseguem compensar parte dessas perdas atraindo novos assinantes. Eram 19,6 milhões de domicílios no final de 2014, para cerca de 14,8 milhões agora em dezembro.

Enquanto isso, Netflix, Amazon Prime, Globoplay e Disney+ não param de crescer, trazendo algo que os telespectadores estão apreciando cada vez mais: a conveniência de assistir ao que quiserem na hora mais apropriada e em seu(s) dispositivo(s) preferido(s). A caixinha da Claro oferece quase todos esses serviços reunidos na mesma tela, com a possibilidade de ir direto ao conteúdo desejado sem perder tempo abrindo cada app. Também dá acesso aos canais já conhecidos e suas programações ao vivo, podendo pausar, recomeçar, buscar o que já foi exibido na semana anterior e gravar qualquer programa na nuvem, tudo isso utilizando comandos de voz.

Executivos da Claro lembram que o TV Box não substitui a TV tradicional, apenas a complementa, já que a experiência é diferente. Como todo acesso pela internet, existe delay na chegada do sinal, exigindo investimento numa conexão mais robusta e veloz. Mas o usuário tem mais autonomia, recebendo seu aparelho em casa e fazendo ele próprio a instalação, sem depender da visita de um técnico.

Não há como saber se esse será o modelo dos receptores daqui por diante, mas desconfio que o TV Box e seus concorrentes (a Oi já tem, Sky/DirecTV está chegando e a Vivo não vai querer ficar atrás) irão competir, sim, com as plataformas das TVs Smart. Ou, quem sabe, operadoras e fabricantes passem a trabalhar em conjunto. Aguardemos os próximos episódios.

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