O recrudescimento da COVID está obrigando os profissionais de eventos a reverem todos os seus conceitos. Nesta quinta-feira, a direção da ISE (Integrated Systems Europe), que aconteceria em Barcelona em junho, anunciou que, em vez disso, fará quatro eventos virtuais baseados em (pela ordem) Barcelona, Munique, Amsterdã e Londres. Não foram informados detalhes, mas parece que serão usados centros de convenções dessas cidades, de onde executivos das empresas de cada país farão as apresentações.

É uma experiência, claro, até porque ninguém tem ideia de como a propagação do vírus e as campanhas de vacinação irão evoluir nos próximos meses. Outros eventos buscam seu formato ideal. Em artigo publicado esta semana no site Twice, que cobre o mercado de eletrônicos, Melissa Stenson, presidente da principal entidade de marketing dos EUA, meio que define o clima de incerteza no segmento de eventos. Vale a pena compartilhar o que ela diz, representando um mercado que movimenta por ano algo em torno de US$ 2,5 trilhões.

A primeira constatação é que, até agora, os eventos virtuais nem de longe compensaram a não realização dos presenciais, em termos de geração de negócios. “O contato face a face com seus colegas de mercado, clientes, fornecedores e parceiros é insubstituível”, diz Melissa. “Parece que quanto mais nos tornamos digitais mais sentimos falta das interações pessoais”.

Segundo ela, surgiu até uma corrente entre os profissionais da área, definida como revenge attendance, algo que em português seria “público vingativo”. Numa frase, os que estavam acostumados a participar de eventos presenciais estão acumulando um desejo crescente de voltar a eles, a tal ponto que quando for possível retomar, os negócios irão explodir para todos!

E há, naturalmente, uma série de ensinamentos a se tirar da pandemia e do “novo normal”. Melissa escreve que vêm sendo formados grupos de profissionais de marketing e de TI para analisar os eventos virtuais e explorar ao máximo as oportunidades do contato online. “Num evento presencial, você tem custos que não aparecem para quem está de fora: segurança, atendentes, emissão e fiscalização de credenciais, sistemas de comunicação, sinalização, rastreamento dos visitantes”.

E acrescenta: “Eventos virtuais permitem monitoramento muito mais fácil dos participantes. É possível saber quem assistiu, por quanto tempo, quantas visualizações, quais tópicos foram mais acessados. É uma infinidade de informações que agora podemos usar para tornar melhores os nossos eventos”.

Ela reconhece que a prática de eventos online ainda está na infância e cita um exemplo que pode ilustrar para onde iremos caminhar: “Nos primeiros programas de televisão, os apresentadores liam de frente para a câmera um texto escrito para o rádio. Levou tempo até que a TV encontrasse a sua identidade. Com o streaming, esse processo está acontecendo de novo, e certamente irá sair algo novo disso” (vejam o original aqui).

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