Já era aguardada uma reação da Netflix, que com seus mais de 200 milhões de assinantes mundo afora vem sendo bombardeada pela concorrência, o que é normal. Após o lançamento do Disney+, no final de 2019, tivemos a compra da MGM e seu catálogo superior a 4 mil títulos, incluindo alguns hits eternos (E o Vento Levou, O Mágico de Oz, todos os 007…); surgiu também o HBO Max, que reúne todo o acervo da Warner (estreia no Brasil em agosto), e mais recentemente a fusão da Warner Media com a Discovery, da qual surgirá a segunda maior empresa do segmento.
Mas não se esperava que Spielberg, antes um crítico ferrenho das plataformas, aceitasse entrar nesse jogo. O motivo não deve ter sido financeiro, claro. Faria mais sentido Spielberg se unir à Universal, sua parceira desde os tempos de Tubarão e E.T. Mas o fato é que ele foi convencido por Ted Sarandos, chefão da Netflix, a se tornar o maior fornecedor de conteúdos para o serviço. Vale lembrar que a Netflix perdeu, num prazo de dois anos, os filmes da Disney, Warner, HBO e MGM, o que a obriga a investir mais em produções próprias.
Curioso é que, em 2019, Spielberg e outros cineastas organizaram um movimento para impedir que as produções da Netflix concorressem ao Oscar (vejam aqui). Sua alegação era que a empresa não seguia as regras dos estúdios de Hollywood, como por exemplo guardar uma janela de 90 dias para o lançamento dos filmes após a estreia nos cinemas e abrir os dados de bilheteria. Pelo visto, esses argumentos foram por terra com a pandemia, que fechou quase todas as salas de cinema e levou gigantes como Warner e Disney a lançar os filmes direto no streaming.
Além de ser o responsável por algumas das maiores bilheterias de todos os tempos (Tubarão, Indiana Jones, Jurassic Park, Transformers), Spielberg é também uma máquina de fazer filmes. Sua filmografia, atualizada agora pelo IMDB, tem 52 anos e nada menos do que 180 títulos como produtor, 58 como diretor e 27 como roteirista, entre produções para cinema, TV e streaming. Ninguém produziu tanto até hoje! Aos 73 anos, rico e consagrado, ele diz “não vejo a hora de começar a trabalhar com a Netflix”. Se conseguir manter esse ritmo, a Netflix ganhará ainda mais assinantes.
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Para nós, assinantes, nos resta assistir a tudo isso de camarote porque...., somos os beneficiados por toda essa "briga" e concorrência!
A verdade é que está se tornando muito caro assinar todas essas plataformas de streaming e mais pacotes tipos premiere, telecine, futebol, etc. etc...
Vai ter que surgir uma plataforma centralizadora de todas essas, que assim possa oferecer preços mais atrativos.
Será que é possível ???
Olá Sergio, essa plataforma centralizadora seriam as operadoras com seus pacotes de canais. No ambiente streaming, quem faz esse papel são as plataformas agregadoras, como Roku, DirecTV Go e Claro Box TV. O problema é achar um modelo de negócio que agrade todo mundo. Nessas plataformas, você paga pelo aparelho receptor e ainda tem de pagar cada assinatura de streaming em separado. Se alguém conseguir negociar um formato de pacote com os principais serviços por um custo acessível, será um sucesso. Mas ninguém no mundo até hoje conseguiu. Abs.
Algo do tipo "Se não podes com eles, junte-se a eles."