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Uma revolução chamada iPhone

Passou quase desapercebida na semana passada uma data marcante na história da tecnologia: em 9 de janeiro de 2007, Steve Jobs apresentava ao mundo o iPhone, talvez sua criação mais importante. Como esses 15 anos passaram voando… Imagino que para quem tem menos 35 anos seja difícil entender como esse produto foi tão revolucionário. Afinal, hoje quase todo mundo tem smartphone, e a maioria deles continua sendo pouco mais que um aperfeiçoamento daquela ideia genial.

Em 2007, estava eu em Las Vegas cobrindo a CES quando soou o alarme: a Apple – que nunca participa do evento – faria na semana seguinte sua convenção anual de desenvolvedores, onde apresentaria uma grande surpresa. Como Jobs, que foi quem criou o formato de apresentações copiado por executivos do mundo inteiro, já tinha trazido “surpresas” como iMac, Macbook, iTunes, iPod etc., todo mundo ficou curioso. Muitos jornalistas saíram de Las Vegas direto para São Francisco, onde aconteceria a convenção.

O pessoal da CES não gostou de ver seu evento perder espaço na mídia, ficando claro que a Apple propositalmente marcou o seu para dias depois. Lembro também que, em junho daquele mesmo ano, promovíamos um evento para profissionais de home theater em São Paulo, e um dos palestrantes mostrou ao vivo um iPhone, que acabara de ser lançado nas lojas Apple dos EUA e Europa.

Os participantes do nosso evento pareciam não acreditar no que viam. Foi como se um meteorito tivesse caído sobre o palco. Estávamos ainda na era do Blackberry, com aquelas teclas minúsculas que nossos dedos tinham dificuldade para dominar, e os celulares serviam basicamente para se falar – não reproduziam vídeos nem músicas, e o ato de digitar neles era quase uma tortura.

Tudo isso ficou para trás conforme o iPhone foi tomando conta do mercado (é até hoje o maior sucesso da Apple), com o surgimento de inúmeras cópias e acessórios produzidos no mundo inteiro. A partir dali, cunhou-se a palavra “smartphone” para designar o celular que funciona como um computador. Telas de toque (touchscreen) passaram a ser obrigatórias e foi instaurado um novo padrão de desempenho para dispositivos móveis.

 

 

Jobs juntou o iPod com os chamados palmtops (lembram?) e, junto com seu designer-chefe Jony Ive, desenvolveu a incrível interface baseada em ícones que o usuário pode mover pela tela. “O iPhone é um produto mágico e revolucionário, que está pelo menos cinco anos à frente de todos os outros celulares”, anunciou Jobs em 9 de janeiro de 2007, sem um pingo de falsa modéstia.

Para marcar a data, o site CNET – que distribui uma newsletter semanal só com produtos Apple – enumerou fatos e números que confirmam a importância do feito. Confiram:

*O primeiro iPhone foi lançado por US$ 499 e tinha 4GB de memória; a versão 8GB custava US$ 599;

*O aparelho não permite enviar fotos nem vídeos, o que só foi possível a partir da versão 3;

*O lançamento comercial aconteceu em junho de 2007, e em setembro a Apple já tinha vendido 1 milhão de unidades; em 2018, a empresa vendeu um total de 216.7 milhões de iPhones (média de 1 milhão a cada dia e meio);

*Desde então, a Apple já lançou 33 modelos de iPhone, sendo que atualmente há oito modelos à venda;

*O mundo da tecnologia era bem diferente em janeiro de 2007: Facebook e YouTube eram startups (no Brasil, a rede preferencial da galera era o Orkut) e não haviam nascido ainda Instagram, Pinterest, Uber, Waze, Tinder etc.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Lembro do nosso evento de 2007. Se não estou enganado, quem mostrou o iPhone lá foi o Mauro Zucato, da DISAC. :-)

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