Agora é oficial: a Netflix vai começar a bloquear dispositivos usados para tentar acessar o serviço sem pagar. Se você tem uma assinatura, ela passa a ser válida apenas dentro de sua casa, ou seja, compartilhada com as pessoas que moram ali. A mesma senha continuará servindo para acessar através de dispositivos móveis, por exemplo, durante viagens. Mas aquele seu amigo ou parente a quem você “empresta” a senha… esse terá de fazer sua própria assinatura; ou então você, que já é assinante, paga um extra de R$ 12,90 para ativar o chamado password-sharing. Vejam aqui os detalhes.

A medida começou a ser testada no ano passado em países da América Latina e, nesta 3a feira, o CEO da empresa, Greg Peters, anunciou a restrição para os mercados americano, brasileiro, australiano e uma série de países europeus e asiáticos. Nos EUA, o extra para compartilhar a senha é de US$ 7,99 (cerca de R$ 40 pelo câmbio atual).

Assinantes do plano standard Full-HD (R$ 39,90 por mês) podem nomear um assinante extra sem custo adicional: quem tem o plano Premium 4K HDR (R$ 55,90) pode indicar dois extras, com até 4 telas simultâneas. Numa entrevista citada pelo site Variety, Peters comparou a nova regra a um “aumento de preços”, explicando que a empresa espera reações diferentes em cada um dos países onde atua:

“Sempre há uma série de cancelamentos de assinatura quando anunciamos medidas como essa”, diz Peters. “Mas depois as coisas se acomodam. Tentamos tirar proveito disso, porque muitos daqueles que hoje compartilham senhas irão se tornar assinantes regulares. Além disso, muitos fazem questão de pagar o extra para presentear outras pessoas”.

QUEDA NAS RECEITAS JÁ ESTÁ NO BALANÇO

O plano, portanto, é converter os que realmente se habituaram a acessar Netflix regularmente. Se vai dar certo ou não, é outro problema. Em seu relatório trimestral de abril, a empresa admitiu queda nas receitas depois de iniciar o aperto contra o compartilhamento de senhas, em fevereiro, No Canadá, Portugal, Espanha e Nova Zelândia. E prevê nova queda no segundo trimestre, com as medidas estendidas agora a mercados maiores, como EUA, Reino Unido, Brasil e Filipinas.

No fundo, parece que a líder de mercado está desafiando seus clientes, e confiando que os concorrentes não conseguirão roubá-los. Como a empresa não abre seus números, não haverá como saber o real impacto em cada território. Até porque, simultaneamente, está em implantação o plano mais barato, com publicidade entre as atrações (R$ 18,90 por mês). Quem vai querer? Veremos.

3 thoughts on “Netflix luta contra seus clientes

  1. “Assinantes do plano standard Full-HD (R$ 39,90 por mês) podem nomear um assinante extra sem custo adicional:”.
    Isso não foi explicado pela Netflix, liguei para eles e me foi passado o que todo mundo reclama, que qualquer extra é cobrado a tal taxa. Mas o que mais me incomodou é que o tal “cliente extra” perde todos os seus dados e materiais acessados e já vistos, sem possibilidade de transferir para outra conta criada. Lamentável enfim.

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