Um importante avanço pode estar a caminho no processo de implantação da TV 3.0 no Brasil. Claro, tudo depende do decreto presidencial oficializando a mudança do padrão atual SBTVD, que é esperado para este ano, como mostramos neste post de dezembro passado. Mas, tecnicamente, uma boa novidade foi revelada esta semana.
A TV Tem, sediada em Sorocaba (SP), que é uma das maiores afiliadas da Rede Globo, realizou testes para verificar a qualidade do sinal da TV 3.0 quando transmitido por satélite. Segundo a Revista da SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), foi testada uma plataforma híbrida de transmissão que permite entregar o sinal 3.0 da mesma forma que é enviado o atual 2.0. É, sem dúvida, um enorme passo para viabilizar – e de forma mais barata – a implantação do novo padrão de TV no país.
A iniciativa foi o que os especialistas chamam PoC (Proof of Concept): na teoria, era possível, mas precisava ser confirmado na prática. Segundo Ewerton Maciel, CEO da TV Tem, que possui quatro emissoras atuando no interior de São Paulo, o sinal sai do estúdio e é captado pelo ar em cerca de 200 pontos (sites) de retransmissão; dali, cada ponto reenvia o sinal para as residências em sua respectiva área de cobertura. “Nossa ideia, quando a TV 3.0 estiver implantada, é produzir conteúdos específicos para cada localidade”, diz ele neste vídeo.
Programação segmentada
Os testes usaram uma ferramenta chamada TxID, que identifica digitalmente a fonte do sinal que chega pelo ar e já direciona para a área determinada utilizando uma técnica de modulação integrada ao próprio fluxo de dados (aqui, os detalhes). “Os testes provam que é possível usar a mesma estrutura de satélites do 2.0 para levar o sinal 3.0”, comenta Ricardo Calderon, diretor da Eutelsat, fornecedora do equipamento à TV Tem.
Segundo ele, foi preciso apenas aumentar a capacidade do satélite em 20% a 25% para obter sinal seguro. Abre-se também a possibilidade de utilizar o mesmo recurso para entregar o sinal da TV 3.0 na casa do usuário. “Isso já vem sendo feito com sucesso pelas operadoras de TVRO (Television Receive-Only)”. Esse é o nome atual dos sistemas residenciais de recepção de satélite que utilizam antenas parabólicas (Banda Ku).
Se for mesmo viável levar o sinal 3.0 dessa forma, abre-se um amplo espaço para a programação segmentada, que é o sonho das emissoras e agências de publicidade. E ficará mais fácil fazer o novo padrão chegar mais rapidamente a todas as regiões do país, a um custo bem mais acessível.
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