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Tempo quente para o Blu-ray

O tempo esquentou na última reunião do DVD Consortium, realizada em Los Angeles no início do mês. Aos poucos, vão sendo revelados detalhes do encontro, que deveria servir como ponto de partida para uma ação integrada entre estúdios de cinema, produtores de conteúdo, provedores de acesso e fabricantes de equipamentos, agora que o Blu-ray se tornou padrão único.

Num esforço digno de elogios, a direção do Consórcio convidou a Toshiba a continuar no comitê de direcionamento, principal órgão do grupo, cuja função é dar as diretrizes básicas. Depois de perder a batalha do HD-DVD, esperava-se que a Toshiba simplesmente ficasse fora das discussões, mas não foi isso que aconteceu. A empresa, que havia desenvolvido (em parceria com a Microsoft) uma série de ferramentas legais para estender os benefícios do DVD de alta resolução, aceitou continuar avançando nesse caminho.

O Comitê decidiu criar um grupo, apelidado WG-12, para “estudar e especificar aplicações de networking” nos novos produtos baseados em Blu-ray. O grupo deverá trabalhar por uma cada vez maior interoperabilidade entre os aparelhos e pela inclusão de recursos interativos nos discos e nos softwares de alta definição. Não está fora de cogitação a criação de uma espécie de “versão premium” do Blu-ray, que já é chamada em alguns círculos de “DVD 2.0”. Essa versão incluiria avanços como o software HDi, da Microsoft, criado especialmente para aumentar a interatividade no agora extinto HD-DVD.

Mas, quando as conversas foram direcionadas para a questão da copiagem de discos e downloads, a turma dos estúdios de Hollywood esbravejou. O representante da Microsoft fez uma explanação sobre um estudo desenvolvido em conjunto com a CCA (Copy Control Association), que permitiria adotar um novo padrão de proteção “controlada” das cópias de DVDs. Nesse padrão, o usuário teria permissão para copiar conteúdos dentro de uma rede doméstica, com criptografia.

A reação dos estúdios à idéia foi tão agressiva que o representante da Microsoft simplesmente abandonou a sala. Caberá agora à Toshiba tentar impedir que a idéia morra.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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