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Ginga, sem ginga

Enquanto o ministro Helio Costa continua distribuindo suas abobrinhas pelo mundo afora (a última foi em Las Vegas, esta semana: disse que o único problema da TV Digital no Brasil é o preço dos conversores!!!), o pessoal que realmente trabalha se vira para colocar de pé o tal Ginga, o middleware que deverá possibilitar recursos interativos nas transmissões.

O Ginga, como se sabe, é uma criação brasileira, fruto do trabalho de alguns abnegados e que o governo, em vez de incentivar via investimentos sérios, utiliza apenas para fazer política (quando interessa). Para o Ginga funcionar de forma segura e estável, é preciso comprar softwares importados cujos royalties são altíssimos. Pois bem. O Fórum SBTVD, que cuida das normas para a TV Digital brasileira, discute com empresas européias a adoção da plataforma MHP (Multimedia Home Platform), responsável pelas soluções interativas em uso na Europa, em conjunto com o Ginga. Quem sabe não está aí a saída? Para saber mais sobre essa plataforma, clique aqui.

A interatividade seria uma arma poderosa para atrair o público, mas cada vez fica mais difícil acreditar nela.

Falando nisso, na semana que vem deve ser divulgada pesquisa do Instituto Nielsen sobre o grau de conhecimento do consumidor brasileiro em relação à TV Digital. E o resultado não será nada animador: a maioria nem sabe do que se trata (aliás, como já citamos aqui). A campanha de divulgação feita em dezembro teve pouquíssimo impacto, e agora as emissoras pensam numa outra. Espero que desta vez não cometam o erro de querer falar com o “povão”, como se este fosse o target de uma inovação tão cara e sofisticada como é a TV Digital. Como todas as inovações do gênero, o caminho seria começar pelo topo da pirâmide, onde estão os formadores de opinião, capazes de disseminar a idéia.

Mas, no fundo, no fundo, o problema é que aquela primeira campanha foi quase totalmente bancada pela Globo, que agora não quer arcar sozinha com esse custo. E está duro convencer as demais emissoras de que o Brasil precisa entrar na modernidade.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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