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Um símbolo ameaçado

Já não era novidade a crise da JVC. Mas a notícia divulgada esta semana, de que a empresa não irá mais vender TVs no Japão, é no mínimo esquisita. Afinal, poucas marcas viraram símbolos da indústria japonesa (e de suas grandes inovações no campo da televisão) quanto a Victor Company of Japan, antiga Japan Victor Company – daí a sigla JVC. Só para lembrar uma dessas inovações: foi a JVC quem desenvolveu o videocassete VHS, nos anos 70.

Já foi amplamente divulgado que a JVC negocia uma fusão com a Kenwood, outro ícone da indústria, embora mais ligada à área de áudio. A únião resolveria os problemas das duas empresas, que não conseguem mais competir sozinhas com os gigantes do setor. Mesmo assim, não faz muito sentido a JVC abrir mão de seu maior mercado – um dos poucos, aliás, onde ainda possui uma marca forte e boa imagem na memória do consumidor.

De qualquer modo, este é mais um sinal dos novos mares em que navega a indústria eletrônica. O chamado “custo Japão” começa a ser um incômodo cada vez mais percebido pelos investidores, e mesmo empresas tradicionalíssimas como a JVC têm que se curvar a essa realidade. Ainda outro dia vimos que a Philips terceirizou suas vendas no mercado americano (leia aqui). Não sei se é solução, mas pelo menos é uma tentativa.

A JVC, pelo visto, não aposta nem mesmo em seu próprio quintal. Será?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Já no Brasil, a JVC voltou ao mercado com um forte discurso e foco nos especializados. Se aliou a um competente distribuidor, porem depois relaxou. Vendia para qualquer um (muambeiros inclusive) e vendia direto pela internet, o que representa uma facada nas costas dos “parceiros” especializados. Empresas não quebram. Incompetentes as quebram. Aqui vai quebrar...

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