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Os prejuízos da greve

Conversando com um importador neste fim de semana, deu para avaliar o tamanho do estrago que a greve dos auditores da Receita Federal está provocando. Vejam só: era apenas uma empresa, lamentando ter nada menos do que cinco containers parados num porto, com milhares de dólares em mercadorias. Além do prejuízo em si, já que muitos possíveis compradores podem desistir de esperar, há um outro tipo de dano, representando pelo custo extra de armazenamento.

Não sei se todos conhecem esse mecanismo, mas os importadores são obrigados a arcar com os custos para manter seus produtos no porto enquanto não acontece a liberação. Esta às vezes pode demorar por questões tributárias ou burocráticas, como a falta de um documento. Mas a situação atual é completamente fora do controle do importador. Afinal, não foi ele quem provocou a greve! Ainda assim, é ele quem tem de pagar pela armazenagem, enquanto a greve durar (nesta 2a. feira, o movimentou completou exatos 34 dias).

Esta semana, a revista Veja traz reportagem com dados consolidados sobre as perdas provocadas pela paralisação. No caso específico da armazenagem, dá para calcular por alto: uma carga de US$ 1 milhão custa, em tempos normais, cerca de US$ 12 mil para ficar parada na alfândega; com a greve, esse custo subiu para US$ 36 mil.

Pior é que os prejuízos não atingem apenas o importador. No Porto de Santos, só para citar um exemplo, há 50.000 containers retidos; nos postos de fronteira do sul do País, há 3.500 caminhões aguardando liberação. E, somente no setor de eletroeletrônicos, as multas pelo não cumprimento de contratos de exportação já chegam a US$ 150 milhões. A revista calcula em US$ 1 bilhão o prejuízo total do setor.

Uma curiosidade: neste mais de um mês de greve, não li nenhuma declaração do presidente Lula, ou de seus ministros, sobre que medidas pretendem tomar a respeito da greve.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Amigos , parabés pela forma de se pronunciarem...
    pergunto: Como entra ou não entra a questão do Seguro sobre os prejuízos?

    Existe indenização a ser paga para esses casos?Se sim , para quem? ou não?

  • Quase sempre o caos é culpa dos governantes. Nunca ninguém culpa o povo. Quantos brasileiros correm para os braços dos concursos públicos? Quantos fazem de tudo para pegar uma “teta” e não se importam o quanto pagam? Quantos dos aprovados fazem greves depois, achando que ganham pouco? Pois se não estão satisfeitos, que venham para a iniciativa privada e deixem o misero salário de 12 mil/mês para quem já deu muito murro em ponta de faca na iniciativa privada. Se o governo paga pouco, então abram as porteiras para os produtos entrarem sem impostos, que este governo será prejudicado e não o contribuinte que paga o salário. Sabem quem sai ganhando nesta historia toda? Os muambeiros.

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