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Reciclagem: o quê fazer?

Artigo da semana passada no site da MSNBC, que pode ser lido aqui, mostra em detalhes um problema que nós, brasileiros, talvez tenhamos em alguns anos: o quê fazer com os equipamentos usados que não têm mais utilidade, nem valor de mercado?

Essa é uma pergunta que certamente já ocorreu a muitos usuários, especialmente de celulares, MP3 players, computadores, impressoras etc. Segundo a agência norte-americana de proteção ambiental (EPA), entre os anos 1980 e 2005 nada menos do que 180 milhões de aparelhos foram deixados de lado pelos usuários nos EUA; só em 2005, 1,5 milhão de toneladas de “lixo eletrônico” foi encontrado. Com a proximidade do chamado digital switch (a partir de fevereiro do ano que vem não haverá mais transmissões analógicas, e muita gente será tentada a jogar fora seus TVs de tubo), a tendência é que esse volume de descarga no meio ambiente aumente ainda mais.

Bem, mas o quê fazer então? Já comentei aqui sobre o site que o governo americano criou para orientar as pessoas a se desfazer de suas tranqueiras eletrônicas sem ofender o meio ambiente (veja o link). Mas é interessante como a própria sociedade americana e a indústria eletrônica estão se mobilizando nesse sentido. Lojas virtuais como eBay e Amazon criaram programas próprios de reciclagem, assim como alguns fabricantes (Sony, HP e Philips entre eles). Vejam uma pequena lista de sites onde as pessoas podem obter algum tipo de informação útil para encaminhar seus aparelhos usados: Cellforcash.com, Greenphone.com, Orionbluebook.com, recellular.com/recycling, Collectivegood.com. Há muitos mais.

O esforço da EPA é notável. Há uma equipe de orientação sobre como trocar seu TV analógico por um digital, que atende neste site. Neste outro, o consumidor americano pode se informar sobre as empresas de reciclagem que atuam em sua região e conferir se elas, de fato, cuidam bem do material descartável (ou reciclável). Sim, há os picaretas que se oferecem para recolher os aparelhos e, em vez de encaminhá-los a uma reciclagem saudável, retiram as peças que lhes interessam e jogam o resto no rio mais próximo. Daí a importância de se saber a quem entregar os materiais.

E há até entidades que se encarregam de retirar os aparelhos e despachá-los para a África, onde há um enorme mercado para produtos de segunda mão.

Bem, depois de ler tudo isso, fica a pergunta: será que o governo ou os fabricantes brasileiros já pensaram em alguma política de reciclagem? Com a palavra os fabricantes de celulares, o produto mais vendido dos últimos anos no Brasil, e os Ministérios das Comunicações e do Meio Ambiente.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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