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TV paga vs. TV aberta

Um detalhe interessante que vimos neste domingo, durante o 3oDigital Home Workshop, foi a queda-de-braço entre emissoras de TV aberta e operadoras de TV paga. No caso, a Globo e a Net – curiosamente, ambas tendo entre seus acionistas o mesmo grupo.

Pela manhã, Alessandro Maluf, da Net, culpou as TVs abertas pela confusão que se criou na cabeça do consumidor em torno da TV Digital. Seu argumento: as emissoras não explicaram corretamente ao telespectador a diferença entre TV Digital e Alta Definição. À tarde, Raymundo Barros, da Globo, culpou exatamente as operadoras (em particular a Net, a maior delas) pela mesma confusão, já que oferece aos assinantes uma solução em que o sinal que chega à casa do assinante vem misturado e este nem sempre tem certeza se trata-se de aberto ou fechado.

O mais engraçado é que, a meu ver, ambos têm um pouco de razão. A Globo, uma das melhores emissoras do mundo e a que fez os maiores investimentos em TV Digital no Brasil, ainda não conseguiu convencer seus telespectadores das vantagens de assistir a programas em alta definição. Como não pretende oferecer multiprogramação nem parece apostar na interatividade, que seriam diferenciais mais visíveis ao nosso amigo do sofá, terá que investir mais no conceito de HD. E essa implantação com certeza não será rápida.

Já a Net, embora tenha hoje o melhor decoder digital, agora incrementado com software de HD e DVR, continua penando com problemas de serviço. Há usuários aguardando meses pela instalação do novo equipamento, o que é inconcebível considerando o custo dos pacotes. Para complicar ainda mais, acaba de surgir um novo concorrente: a Sky anuncia que agora irá oferecer também o sinal aberto da Globo aos seus assinantes, e pode ser que muitos optem pela anteninha parabólica em vez de aguardar o sinal do cabo digital.

Tudo isso só vem reforçar o argumento de que monopólito ou oligopólio nunca são recomendados, em nenhum mercado. Nada como a concorrência saudável.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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