Com tecnologia, sem marketing

É estranho mesmo esse mundo. O Japão talvez seja o país onde a tecnologia está mais disseminada entre a população. Você vê isso em cada esquina: praticamente todo mundo tem celular, até o vendedor de frutas na rua, o jardineiro que cuida da grama na avenida onde fica meu hotel e as milhares de pessoas na estação do metrô. E, no entanto, dentro da CEATEC, que deveria ser o paraíso da tecnologia, encontro coisas que não dá para entender.

A moça que me atende no estande da Mitsubishi, por exemplo, não sabe o que é um press-kit (material que as empresas normalmente distribuem aos jornalistas). Não sabia mesmo! Ficou pensando um tempão até saber do que eu estava falando… No estande da Microsoft, a pobre atendente não quis me deixar fotografar – o que é um absurdo em se tratando de um evento aberto ao público, certo? Nos outros eventos a que tenho ido, é tudo tão simples: as pessoas nos enchem de material, geralmente gravado em CD ou até – como está ficando na moda, por ser bem mais simples – um mero pen-drive trazendo zilhões de informações.

Aqui, na Toshiba, quando pedi o tal press-kit o rapaz me entregou uma (isso mesmo: uma) folha de papel falando do novo DVD player de alta definição; sendo que o enorme estande da empresa tinha pelo menos mais uns 30 produtos em exibição.

Tudo isso em meio ao maior desfile de inovações tecnológicas que já tive a oportunidade de ver num único evento. Definitivamente, os japoneses dão banho de tecnologia e criatividade. E também de simpatia. Mas ainda têm muito que aprender em termos de marketing.