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Bendita picanha!

Sou fã de comida japonesa. Mas depois de uma semana comendo sushi, sashimi e similares, vinha sonhando com um suculento churrasco. Além do mais, decifrar os cardápios dos restaurantes japoneses é tarefa inglória (tentem, na foto). E, acreditem, sushi e sashimi não são pratos assim tão comuns: encontrei vários lugares em que essas palavras simplesmente não fazem parte do vocabulário. Aqui, a coisa está mais para carne de porco (que me faz mal), frutos do mar (idem), legumes com temperos nem sempre amistosos; e arroz, muito arroz, inclusive no café da manhã.

Sim, nosso singelo café com pão e manteiga é uma iguaria comparado ao que os japoneses devoram em seu desjejum: frango frito (com todas as peles e gorduras incluídas), lingüiça com ketchup ou mostarda, bacon, carne de porco (sempre ela!), ovo cozido, peixe frito e sopas variadas. Raciocinem comigo: o que fazer quando você está tomando seu café com leite e a senhora na mesa em frente tira da boca pedaços das espinhas do peixe frito que acabou se saborear? Fugir e esquecer que está com fome? Pois é, foi assim que me senti hoje de manhã.

Foi quando Akio, o produtor da NHK, comentou que havia um restaurante brasileiro em Tóquio. Claro, tem restaurante brasileiro no mundo todo, por que não lembrei de pesquisar isso na internet? Fui conferir e descobri: é o velho conhecido Barbacoa, uma das “churrascarias chiques”, se é que isso existe, mais famosas de São Paulo.

Não tive dúvidas em pegar o metrô e me deslocar até o outro lado da cidade, no elegante bairro de Shibuya, com o endereço anotado num pedaço de papel. Valia tudo por uma boa picanha. Desci na estação indicada no mapa e, depois de andar vários quarteirões, já eram mais de 9hs da noite e eu estava quase desistindo, quando decidi pedir ajuda a uma moça que parou no cruzamento com sua bicicleta. Era meu dia de sorte: a japonesa não só falava bem inglês como deve ter ficado com pena de mim. Pegou seu celular e ligou para o número que eu tinha anotado.

Só mesmo no Japão um turista pode sonhar em obter esse tipo de ajuda àquela hora da noite. Talvez tenha sido minha cara de desespero e fome!

A moça me explicou direitinho como chegar e aí, com o estômago já angustiado, pude matar as saudades do churrasco paulistano – com direito e arroz, feijão e farofa!

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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