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Réquiem ao videocassete!

Esta notícia é para deixar com lágrimas nos olhos gente como meus amigos Yunosuke Murata, Antonio Salles Neto, Daniel Serrano, Flavio Penna, João Hipólito, João Carlos Jansen e tantos outros que fazem parte da História do vídeo no Brasil. Leiam com calma e de lenço na mão: “A JVC anunciou oficialmente no Japão que não irá mais produzir videocassetes”.

Alguém poderá perguntar: “Mas por que só agora? O VCR já não morreu faz tempo”? Sim, mas para a JVC – que tem no seu currículo a invenção desse produto revolucionário (na época) – não deve ter sido fácil tomar a decisão. Segundo o jornal japonês Nikkey Business Daily, citado pelo site CE Pro, para não abandonar totalmente os felizes proprietários de velhas fitas VHS empoeiradas (como eu), a JVC decidiu que continuará produzindo apenas os combos DVD+VCR, que permitem copiar as fitas em DVD. Mas videocassete mesmo, do tipo stand-alone, nunca mais!

O da foto é o modelo HR-3300, o primeiro lançado pela JVC nos EUA, em 1976, logo depois da Sony lançar o Betamax (as duas empresas mantiveram por quase dez anos uma “guerra” pior do que a recente Blu-ray vs. HD-DVD). A JVC ganhou a parada, ajudada pela Panasonic, mas não adiantou muito, considerando-se a situação da empresa hoje, praticamente desaparecida do mercado e tendo que se juntar à Kenwood. Segundo o jornal, nos últimos 32 anos foram fabricados mais de 900 milhões de videocassetes, sendo 50 milhões com a marca JVC. Em 2000, eram mais de 6 milhões por ano, só no Japão; em 2007, cerca de 280 mil.

Como ocorre hoje com os toca-discos de vinil, que ganharam status de “obras de arte”, não duvido nada que daqui a alguns anos alguém relance o velho VCR como “item de colecionador”.

Sim, agora podem guardar seus lenços.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Orlando, a tua previsão foi correta. Confesso que quando vi a nota não pude deixar de segurar uma lágrima. Afinal o VCR não foi "mais uma" tecnologia que surgiu e desapareceu um tempo depois, mas sim "a primeira" tecnologia que permitia gravar e reproduzir imagens. E marcou (e durou)uma geração inteira. Mas a fila anda e o saudosismo deve ser deixado para trás em prol de novos produtos, sistemas e tecnologias. Não podemos ficar para sempre lembrando da idade média da eletrônica. Mas, prometo que se daqui a 20 anos houver um revival de lançamentos de produtos vintage, com certeza comprarei um bom e velho VCR e uma pick-up com tração direta, cápsula magnética e agulha de diamante....e não me esquecerei, também de um bom Deck para gravar e reproduzir minhas fitas cassete de Cromo.

  • Eu até hoje tenho um velho VCR, que já me quebrou muitos galhos, e ainda está em ação! Quando vai passar algum programa que quero assistir, na TV, e não estarei em casa, apelo pra ele, que nunca me deixou na mão! O problema, é que as vezes preciso caminhar bastante pra encontrar a fita, mas sempre acabo encontrando. Não sei até quando... Mas, entendo que não se pode parar no tempo. Mas que o VCR foi uma ótima invenção, não se pode negar. Abraços.

  • Amigo tenho um JVC igual a esse da foto e estou querem vender porem para alguem que saiba o seu devido valor, o video cassete esta intacto esta com meu pai a muitos anos pois ele era tecnico em eletronica e resolveu guarda o mesmo.
    se souber alguem que tenha interesse favor me comunicar ou entrar em contato comigo por email.
    Propostas indecentes nem percam tempo.

  • Eu tenho esse primeiro modelo de videocassete JVC HR-3300. Uma relíquia. Pesa uns 20 quilos. Olhando por dentro dele, você fica maravilhado com os mecanismos e com a quantidade de componentes eletrônicos necessários para fazê-lo funcionar naquela época. Aí você vê como a tecnologia evolui. Ele é tão bem construído que até hoje consigo tirar imagens dele,não com muita qualidade, mas para um videocassete que tem quase quarenta anos de idade e nunca foi numa assistência técnica é de se aplaudir. Viva a tecnologia japonesa.

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Orlando Barrozo

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