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Sindicato, para quê?

Saiu o primeiro corte pesado do setor eletrônico no Brasil: a LG anunciou a demissão de 200 trabalhadores de sua fábrica de celulares em Taubaté (SP). Infelizmente, pode ser a primeira de uma série de medidas amargas que as empresas do segmento terão que fazer para enfrentar a queda nas vendas. Outros setores – como o automobilístico – estão cortando mais pesado ainda.

Cedo ou tarde, isso teria que acontecer no Brasil. É reflexo da recessão mundial, que deve durar – pelo menos – alguns meses. Curiosa foi a reação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté: “Repudiamos qualquer medida que resulte em retirada de direitos dos trabalhadores e de postos de trabalho”. Claro que um dirigente sindical deve mesmo ter esse discurso. Ajuda a enganar seus filiados, que podem até acreditar na sua boa vontade.

Na prática, esta crise tem, entre outros efeitos, o de colocar contra a parede as entidades sindicais em geral. As demissões, na maioria dos casos, são inevitáveis. E a maioria dos sindicatos não tem hoje qualquer utilidade que não a de servir como cabide de empregos e trampolim para seus líderes mais espertos conseguirem cargos públicos e até se elegerem. Ontem mesmo, vimos como o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, escapou da cassação de seu mandato de deputado federal: ameaçou os colegas, usando o nome da entidade que dirige.

Quantos outros ex-líderes sindicais você não se lembra que ganharam “bocas” na administração pública usando seus colegas como massa de manobra? Para quem perde o emprego, como no caso dos funcionários da LG, a vida sem dúvida tende a ser dura daqui por diante. Mas esse tipo de situação até que é boa para esses sindicalistas, que podem assim posar de “defensores dos trabalhadores”?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Bom Dia!
    Acabei de ler sua matéria e é bem esclarecedora. Gostaria de lhe pedir, já que sou aficcionado em tecnologia, informação direta ou algum comentário sobre parabolicas, tipo: já existe algum conceito em desemvolvimento sobre um decodicador hibrido em que a gente assista tv em alta definição por parabolica além de assistir a tv digital terrestre pelo mesmo decodificador.
    Grato!
    Roberto Silva
    Maricá-Rio de Janeiro

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