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Em busca do áudio perfeito

Será que isso existe? Hans Van´t Riet, diretor da Philips, perguntou a alguns dos 130 jornalistas convidados da empresa aqui em Portugal. Queria saber como fazer para levar a Philips a uma posição de liderança em áudio, assim como mantém em TVs. Ninguém tem a resposta.

Seus argumentos: a Philips foi das primeiras a produzir aparelhos de rádio, na década de 30; inventou a fita cassete (anos 60), o CD (anos 80) e o SuperAudio CD (anos 90). Tem, portanto, uma íntima relação com o desenvolvimento do áudio. Mas colegas de outros países lembraram o óbvio: para ser reconhecida como uma marca nobre nessa praia, a Philips (ou qualquer outra empresa) precisa investir muito em pesquisa, produzir caixas acústicas e/ou amplificadores acima de qualquer suspeita e conformar-se em vender menores quantidades. Afinal, tudo isso custa caro, e não são muitos os consumidores dispostos a pagar. A maioria, aliás, compra mesmo pelo preço.

Quando foi minha vez de falar, disse a Hans que é fundamental também um trabalho mais consistente junto aos revendedores especializados, que deveriam inclusive ser convidados a eventos como este – fiquei sabendo depois que alguns do Brasil foram, na semana passada, mas não sei quais. Um colega da Noruega lembrou ser impossível um fabricante que só lança sistemas integrados ser reconhecido como “high-end”, no que também concordei.

Hans então nos deu a notícia: a Philips planeja começar a fabricar suas próprias caixas acústicas, seguindo os máximos requisitos técnicos, e lançá-las em sistemas avulsos, aos pares, para compor salas de áudio estéreo. Por enquanto, não há data para isso. Mas o primeiro passo já foi dado, com o lançamento do MCi500 (foto), equipamento que capta áudio MP3 do computador (sem fio) ou de um iPod, processa, amplifica e distribui para duas caixas bookshelf.

É um começo. Mas, para chegar a high-end, ainda há um longo caminho pela frente.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • "Um trabalho mais consistente junto aos revendedores especializados" Estas palavras parecem tão obvias mas poucos pensam assim. Aqui no Brasil os grandes fabricantes passaram a esquecer o mercado especializado e agora uma pessoa tão influente como você poderá fazer isto entrar naquelas cabeças que só enxergam números. Sempre levantei esta bandeira, mas eu sou revendedor e vendo bem menos que as grandes redes de lojas! Todos os fabricantes que entram pela porta da frente no mercado Brasileiro, obtém sucesso por longo prazo de tempo quando investem no mercado especializado. O ultimo evento da Philips para este mercado foi a mais de 4 anos. LG, Samsung, Toshiba e Sony já perderam a identidade de fabricantes de ótimos produtos no Brasil e hoje eles investem apenas na marca e no baixo preço e não mais em produtos e na percepção de qualidade diante de um publico mais exigente. A Philips e a Panasonic ainda resistem. A Sharp acaba de entrar mas não avisaram eles que estamos em crise e lojas especializadas não compram 10 mil Reais de uma só vez todos os dias. Acho que a moda de vender para a classe C em 24 vezes está passando. Quando a moda voltar a ser vender bem os produtos que dão lucro para quem está disposto a pagar mais pela qualidade, aí quero ver com quem eles vão querer contar!

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