Arrastão na esquina

A duas quadras de minha casa, em São Paulo, cerca de 15 homens invadiram um prédio ontem, logo cedo, e renderam 30 moradores, que foram obrigados a abrir seus apartamentos para os bandidos. Graças a Deus, ninguém se feriu – fisicamente, porque os traumas emocionais de uma situação como essa talvez sejam incuráveis. Vizinhos hoje acordaram com medo de sair na rua, repetindo um estado de ânimo que passou a ser rotina no País.

Faço o registro aqui – embora nada tenha a ver com o tema deste blog – só para chamar atenção dos interessados em preservar um mínimo de qualidade de vida nesta cidade e neste país. Estou à procura de uma ONG ou entidade assistencial, sei lá, que se disponha a promover alguma ação conscientizadora para minimizar esse tipo de problema. Afinal, não foi o primeiro caso do gênero, nem foi o mais grave, mas é obrigação da sociedade exigir do poder público um mínimo de proteção. Só não aceito uma ONG que receba verbas públicas. Aí, não vale.

Sou daqueles que acreditam que o governo só deveria se preocupar com três coisas: saúde, educação e segurança. Se nos desse apenas isso, em troca dos impostos vergonhosos que pagamos, já estaria ótimo. Governo não precisa ser dono de banco, nem de fábrica de aviões, siderúrgicas ou emissoras de televisão. Não, precisa construir e manter bons hospitais, boas escolas e principalmente uma polícia eficiente e confiável. Infelizmente, nada disso temos no Brasil.

Enquanto os bandidos daqui fazem arrastões (quando não coisas piores), os bandidos de lá (sim, aqueles de Brasilia e seus colegas estaduais e municipais) dão gargalhadas da nossa insegurança, sustentando suas mansões e financiando empresas falidas, sindicatos corruptos e até as invasões (e agora também assassinatos) do MST.

É contra isso que temos obrigação de nos revoltar!