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Blu-ray deve ficar mais barato

O processo de queda nos preços de players e discos Blu-ray começou logo após o final da chamada “guerra dos formatos”, no início de 2008. Mas vinha sendo lento. Até que veio a crise. No final do ano, nos principais mercados globais, a maioria dos fabricantes passou a detonar os preços, na esperança de estimular o consumidor a aposentar seu velho DVD.

Como se sabe, não é bem isso o que está acontecendo. Sim, as vendas e locações de DVDs estão caindo no mundo inteiro, inclusive no Brasil, mas isso até agora não se reverteu em favor do Blu-ray. Muita gente ainda tem dúvidas se vale a pena o investimento. No cálculo do custo-benefício, o consumidor pondera se as inegáveis superioridades do Blu-ray compensam o custo do equipamento e dos discos. Observem só:

Preço médio de um player básico no mercado americano:

Blu-ray, US$ 250 —————– DVD, US$ 100

Preço médio de um filme:

Blu-ray, US$ 23 ——————- DVD, US$ 15

Bem, estamos falando de players básicos e filmes que não são os hits da temporada ou os grandes clássicos que as pessoas gostam de ter em casa. Para sentir-se atraído a investir em Blu-ray, o usuário precisa ser melhor esclarecido, penso eu. Quem já tem, digamos, a trilogia Indiana Jones em DVD comum vai querer investir na versão Blu-ray (quando sair), bem mais recheada e certamente com extras e efeitos sonoros fantásticos? Talvez os que forem bem fanáticos pela série.

O fato é que os fabricantes quebram a cabeça para fazer do Blu-ray um sucesso tão grande quanto foi o DVD dez anos atrás. Nunca será. Mas, num momento de crise como este, se conseguir aumentar um pouco seu market-share (hoje, menos de 1% dos players existentes), já será um avanço. Dias atrás, o chamado “trio de ferro”, grupo de três empresas que detêm as patentes do formato Blu-ray (Sony, Philips e Panasonic), decidiu dar uma força reduzindo os royalties que cobra dos demais fabricantes.

Hoje, essa conta funciona da seguinte forma, segundo explica o ótimo blog Crave: quem quiser fabricar um player Blu-ray deve solicitar licenças a cada uma dessas empresas, individualmente, e também à Blu-ray Disc Association. A partir de junho proximo, a licença será uma só, concedida simultaneamente por todo mundo, o que permitirá reduzir o custo dos royalties em até 40%. Uma empresa está sendo contratada para gerenciar todo o processo de liberação das licenças, incluindo não apenas Blu-ray, mas também DVD e CD. Essa empresa terá escritórios até mesmo na América Latina.

Só por curiosidade, vejam como ficarão os custos desses royalties (claro, cada valor refere-se a uma unidade de produto):

Blu-ray player – US$ 9,50

Gravador Blu-ray – US$ 14

Disco Blu-ray gravado com filme (BD) – 11 cents

Disco Blu-ray gravável (BD-R) – 12 cents

Disco Blu-ray regravável (BD-RW) – 15 cents

Para comparação, os fabricantes dos primeiros DVD players, no final dos anos 90, pagavam entre US$ 15 e US$ 20 de licença. Naquela época, havia três entidades cuidando do assunto, todas dentro do DVD Forum:  a DVD 6c, formada por Hitachi, Panasonic, JVC e outras seis empresas); a DVD 3c (Sony, Philips e Pioneer); e a MPEG LA (representando os fabricantes de decoders). O licenciamento acabou se revelando um excelente negócio para as empresas. É só fazer as contas. Quantos fabricantes chineses de players devem existir por aí? É por isso que elas agora fazem de tudo para não perder essa receita (ou perder o mínimo possível).

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • Pelo andar da carruagem,parece que o bluray vai mesmo ficar elitizado por muito tempo,ainda;pois a esmagadora maioria da população não dispõe de tvs HD OU FULL e por isso estão satisfeitos com a qualidade do DVD.Pra se conseguir uma maior adesão ao blu é importantíssimo começar a se lançar os filmes primeiro nesse formato(blu) e após uma "janela" de por exemplo 1 mês,efetuar o lançamento do filme em DVD comum.

  • Pegou esmagadoramente pesado amigo Rubens, um mes iria causar um transtorno mundial e levaria mais pessoas a aderirem a pirataria puxando incontorladoramente filmes via web.

  • Tenho certeza absoluta que o blu ray será um grande sucesso!
    Quem assiste um filme em blu ray...jamais retorna ao velho dvd.
    Tal qual ocorre com a tv digital!

  • OLA AMIGOS... ACREDITO QUE O BLU-RAY AINDA NÃO FEZ SUCESSO DEVIDO A VALORES QUE AINDA SE ENCONTRAM OS PLAYERS DE ALTA TECNOLGIA..
    JA TENHO UM APARELHO USO EM TV NORMAL A IMAGEM É SUPERIOR EM RESOLUÇÃO, SEI QUE OS BLU-RAYS PLAYERS ELES USAM MAIS CORES, MESMO DE DVDS COMUNS... A QUESTÃO É! IVESTIR EM BLU-RAYS NÃO É UM TIRO NO ESCURO SIM UMA AQUISIÇÃO DE UM APARELHO SUPERIOR AO DVD. AGORA PRECIZAMOS AGILIZAR O PROCESSO DE BAIXA DE CUSTO NOS CDS BLU-RAYS AINDA ESTÃO MUITO CAROS, ASSIM FICA DIFICIL TER UM APARELHO E NÃO OS FILMES...

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Orlando Barrozo

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