Categories: Uncategorized

Sharp, Pioneer e a crise

Será que a Sharp pegou a doença da Pioneer? É o que pergunta o site australiano Smart House, ao comentar o último balanço divulgado no Japão pela Sharp, com prejuízo de US$ 2 bilhões no ano fiscal encerrado em 31 de março, contra um lucro de US$ 1,4 bi no período anterior. A comparação faz sentido, diz o articulista, porque ambas as empresas ficaram conhecidas por produzirem os melhores TVs em suas respectivas categorias – plasma, no caso da Pioneer, e LCD na Sharp. Como a Pioneer recentemente entregou os pontos, abandonando a fabricação de plasmas, o site levanta suspeitas sobre o futuro da Sharp.

Bobagem. A Sharp é uma das maiores corporações do Japão, com negócios que vão muito além da venda de TVs, embora este seja, sem dúvida, seu carro-chefe como marca. E vem sendo afetada pela crise mundial, assim como todas as gigantes do setor. O problema foi uma declaração extremamente sincera do presidente do grupo, Mikio Katayama, assumindo erros que a Sharp teria cometido nos últimos anos e que teriam ajudado a chegar ao desastroso resultado financeiro de 2008. Um desses erros pode ter sido a compra de 14% da própria Pioneer, meses antes desta anunciar que não iria mais fabricar TVs. 

Mesmo assim, Katayama disse à agência Reuters que está otimista. “A crise deve durar até o meio de 2009, e para o final do ano já trabalhamos com perspectiva de volta dos lucros”, afirmou. O último resultado foi significativo porque a Sharp nunca havia registrado prejuízo, em quase 50 anos com ações na Bolsa. Para enfrentar a crise, a empresa demitiu 1.500 funcionários e anunciou cortes de US$ 2 bilhões. Há, porém, um problema difícil de contornar: Katayama diz que as vendas de TVs não caíram em unidades, mas sim em dinheiro, o que significa que as margens estão ficando insustentáveis. E os preços continuam caindo.

O desafio será conter essa queda sem perder participação de mercado.

AddThis Website Tools
Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

Share
Published by
Orlando Barrozo

Recent Posts

TVs: as promessas para 2025

Já comentamos, rapidamente, algumas tendências para 2025 no segmento de TVs, mostradas na CES, em…

2 dias ago

Trump, tarifas e tecnologias (3)

No sábado 12, logo após publicar o segundo post sobre a questão das tarifas (para…

3 dias ago

Trump, tarifas e tecnologias (2)

    Como prometido no post de ontem, vamos começar a dissecar a questão das…

5 dias ago

Trump, tarifas e tecnologias (1)

    São tantos os malefícios causados pela nova política comercial do governo americano que…

5 dias ago

Um concorrente para HDMI e USB?

      Em meio às polêmicas envolvendo EUA e China, chega do Oriente uma…

1 semana ago

Cancelamento de ruído é um perigo…

      A lição vem de uma colega americana (Tammy Rogers, do excelente site…

1 semana ago