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Sobrevida para a Gradiente

O repórter David Friedlander, do Estadão, deu um furo neste domingo, com a notícia de que está em preparação um plano para salvar a Gradiente. Um plano do governo federal. Segundo a reportagem, a idéia arquitetada pelo dono da empresa, Eugenio Staub, e aprovada pelo presidente Lula, é juntar dinheiro do BNDES, dos fundos de pensão da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal e do governo do Amazonas, que tem interesse em reativar as duas fábricas que a Gradiente mantém na Zona Franca. 

Pelo plano, seria criada uma nova empresa que assumiria a marca Gradiente. A vantagem dessa solução é que a nova empresa não herdaria a dívida, acumulada em cerca de R$ 300 milhões e hoje impagável. Também participa das negociações o Bradesco, um dos credores dessa dívida. Aliás, para que tudo dê certo ainda falta a concordância exatamente dos credores, que precisam aceitar um desconto nos valores a receber. Staub já teria conseguido adesão de 80% deles, mas isso não é suficiente: todos têm que concordar. O financiamento do BNDES só sai se a dívida for paga. Também está no negócio a empresa americana Jabil, que produz componentes eletrônicos.

A nova empresa já tem até nome: CBTD (Companha Brasileira de Tecnologia Digital). Já recebeu autorização da Suframa e só aguarda a definição das negociações para começar a operar, fabricando TVs, DVD players, equipamentos de home theater e até notebooks! Será uma solução? Ou um problema?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Se ela for tentar competir com os aparelhos que vem da China ou apenas montar kits vindos de lá, vai acabar na mesma que está hoje.
    Deve procurar um nicho ou criar uma linha de qualidade superior para que possa usufruir do pouco prestígio remanescente da década de 80, e assim alavancar as vendas dos "populares".

  • QUANDO FIQUEI SABENDO DESTA NOTICIA NO ULTIMO FIM DE SEMANA DE MAIO , TRATEI DE COMPRAR ALGUMAS AÇÕES IGBR3 ( SEGUNDA 1 DE JUNHO )DIA ESSE EM QUE SUA AÇOES VALORIZARAM MAIS DE 39 % , PARA 3,96 E AS VENDEREI ELAS POR 20,00 VALOR DE HA DOIS.
    DOIS FATOS RELEVANTES: FIM DO ANO MAIOR VINDAS DE ELETRONICOS E COPA DO MUNDO 2010 MAIOR VENDA DE TV.

  • TA AI UMA GRANDE OPORTUNIDADE PARA SER GANHAR DINHEIRO , DE QUANTO SERA A VALORIZAÇÃO DO ATIVO DESTA EMPRESA ALGUEM PODE ME AJUDAR?

  • Prezados, que a empresa vai voltar ao mercado não existe mais dúvida, a questão é apenas o prazo, quanto a qualidade dos anos 80, a JABIL é reconhecida mundialemnte por HP, LENOVO, PHILLIPS, é ela que fornece os equipamento eletrônicos para estas marcas.
    A CBTD, Companhia Brasileira de Tecnologia Digital já esta aprovada no Suframa.
    A JABIL mantém inclusive laboratório de tecnologia avançada. Sucesso Gradiente, seja bem vinda ao mundo !!!!!!!

  • Lamentavelmente,a cultura de salvar empresas privadas que não cumprem o que prometem continua.Que tal a GRADIENTE entregar os decodificadores digitais de TV,vendidos com os plasmas anteriores ao inicio da transmição digital e até hoje nada.Se não entregam isso,como podem prometer cumprir compromissaos maiores.

  • O govêno Americano está salvando suas Empresas tradicionais, e preservando milhares de empregos; porque não podemos fazer o mesmo
    com a nossa "GRADIENTE"

  • A Gradiente foi uma grande marca e muito nos orgulhou. Entretanto, não acho uma forte estratégia o governo apoiar com recursos uma empresa com tamanhas dificuldades. O BNDS deveria emprestar dinheiro a juro baixo sim, para empresas que não têm dívidas. Aliás, se emprestasse apenas o dinheiro da dívida da Gradiente para um sólida empresa sem dívidas, seria melhor ao invés de tentar recuperar um compania que, a exemplo de suas concorrentes, enfrentam sérias dificuldades mundo afora. Sr Eugênio Staub, a despeito de sua árdua atividade com vistas à manutenção das atividades da Gradiente, deveria assumir que não dá mais.

  • E como fica a situação de tantos que acreditavam na marca, compraram seus produtos (muitos de valor elevado) e que hoje estão com estes produtos encostados sem peças para reposição. O Sr. Staub e sua Gradiente jamais demosntrou qualquer interesse nesta questão. Comprei um TV de plasma e além de não ter encontrado solução para seu defeito por falta de peças, fiquei sem o Decoder para TV digital que foi prometido pela Gradiente no ato da venda. O governo quer salvar o Sr. Staub ,mas quanto aos brasileiros lesados por ele não está nem aí. Maravilha hein!

  • Não e a primeir vez que o Governo Federal (Lula) amigo pesoal do Sr Staub salva a Gradiente com dinheiro publico. E lamentavel isto serve somente para os especuladores ganharem dinheiro facil, compram ações por miseros trocados e logo após o governo injetar dinheiro publico na empresa privada, vendem as ações por valores bem superiores, enqriquecendo rapidamente.
    Empresa privada que não da lucro tem que fechar as portas, e o governo não tem que salva-las. O governo tem que se concentrar no bem da população investindo em infra estrutura para o bem estar da nação.
    E eu não aceito o discurso de que e para proteger os empregos dos funcionarios da gradiente, até porque esta empresa nos ultimos anos tem apenas montado componentes comprados da china, e não tem investido em produção local.

  • Edsonem, perfeito o seu comentário. Faço das suas as minhas palavras sobre esta iniciativa do Sr. Lula.
    É bom dizer que votei neste cidadão acreditando em suas promessas de mudanças e de oportunidades para todos. Hoje vejo com muita tristeza que a saúde e a educação continuam a ser tratados pelo estado com o mesmo descaso e desinteresse dos governos que antecessores.
    Gente continua morrendo nas portas dos hospitais e postos de saúde e o nosso presidente exaltando seu governo como se o Brasil à partir dele fosse hoje um país merecedor de admiração e respeito em todos os continentes. Dá nojo! Salvar empresas falidas de amigo pessoal é apenas mais um detalhe neste governo.

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Orlando Barrozo

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