Adeus TV analógica

Foi considerado um sucesso o chamado switch-off, na última sexta-feira, quando todas as emissoras de TV americanas desligaram seus transmissores analógicos. Embora cerca de 2,8 milhões de residências (2% da população) tenham ficado de repente sem ver televisão (o que para os americanos é um pesadelo), a maior parte dos analistas concorda que foi dado um passo importante. No mínimo, o episódio servirá de alerta e estímulo para que mais pessoas adquiram equipamento digital e para que as emissoras invistam em melhor qualidade de programação e de sinal.

Segundo a FCC, equivalente nos EUA à nossa Anatel, mais de 90 milhões de conversores digitais foram vendidos ao longo do ano passado, em meio à maior campanha de esclarecimento já feita pelas autoridades (que, aliás, custou mais de US$ 2 bilhões, incluindo os subsídios para baixar o preço dos aparelhos). Mesmo com a recessão assolando o País, o governo Obama entende que é um dinheiro bem gasto: a digitalização é um passo importante na direção da inclusão das camadas menos favorecidas – sim, a TV Digital é mais barata, a médio prazo, do que a analógica, e vai propiciar uma série de serviços agregados, inclusive o chamado “governo eletrônico”; a equipe de Obama trabalha para criar, por exemplo, um sistema em que qualquer pessoa possa acessar online dados da administração pública, usando parte do espectro de televisão digital.

Mesmo que essa seja a única conseqüência prática da transição digital, já terá valido a pena.