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De olho no preço (e só)

Como sempre, continuo aprendendo muito com alguns comentários dos leitores. É interessante ver como existe gente antenada com as novidades que comentamos aqui, mostrando que boa parte do pessoal é exigente e vai buscar a informação mais detalhada e confiável. Mais interessante ainda é ver como a questão financeira é o principal parâmetro para se analisar a maioria dos novos produtos e tecnologias. Não deveria ser assim, mas é.

Não deveria porque, a meu ver, o preço é apenas um dos fatores que envolvem uma decisão de compra. Qualquer compra. Ninguém, que eu saiba, entra numa loja de carros e fica barganhando descontos ou reclamando da política de preços daquela marca – até porque quando se vai à procura de um carro novo normalmente já se parte de uma boa pesquisa de modelos, recursos e preços. Já com os eletrônicos a preocupação parece ser outra. Comentei aqui outro dia sobre o novo DVD de alta definição chinês (CBHD), que na China esté competindo de frente com o Blu-ray, e vários leitores festejaram pelo simples fato de que trata-se de um produto mais barato.

Não é por aí, penso eu. Muitos esquecem do velho “custo-benefício”. Voltando à analogia automobilística, a princípio os carros são todos iguais: têm direção, faróis e andam sobre quatro rodas. Mas qualquer pessoa sabe (ou pelo menos imagina) a diferença entre dirigir, digamos, um Mercedes e um Astra. Ouso dizer que é a mesma diferença entre ver um filme em DVD e em Blu-ray – sobre o formato chinês, teremos que aguardar para emitir uma opinião, mas é lícito duvidar que eles consigam a mesma qualidade de som e imagem espremendo tanto o preço como se comenta. Quando se adquire um produto de alto valor agregado (como um carro ou um player), é importante ter consciência dessas diferenças. E não adianta criticar a indústria que cobra mais caro por uma nova tecnologia: os que quiserem usufruir dela primeiro, terão que pagar para ver.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • Olá Orlando,

    Estamos antenados sim, por falar nisso, quando a revista HT vai falar alguma coisa sobre o Oppo BDP-83? Um review seria interessante, já que trata-se de um dos melhores players lançados e toda a mídia especializada, com excessão daqui, já demonstrou as virtudes desse aparelho.

    Sou assinante da revista a muito tempo, mas acho que a falta de profundidade nas matérias desanima, não dá para ficar apenas vendo salas lindas e uma relação de aparelhos usados no ambiente, mas sem nenhuma explicação do "porque" foi usado tais equipamentos...

    Se precisar de um Oppo para testes, o meu está disponível para análise, ainda está embalado. Gostaria muito de ver uma matéria sobre esse aparelho na revista.

    Obrigado

    • Caro Dener,
      Obrigado pela mensagem. É sempre bom ouvir comentários inteligentes como o seu, ainda que seja uma crítica. Estamos procurando melhorar. Quanto ao Blu-ray Oppo, você é a segunda pessoa que comenta sobre ele. Deve ser bom mesmo! Como temos por norma testar apenas produtos distribuídos legalmente no Brasil, estamos aguardando o envio dos novos modelos Marantz, Denon e Lexicon THX, marcas que têm distribuidores oficiais aqui.
      De qualquer forma, agradeço a oferta e espero que fique satisfeito com sua aquisição. Fique à vontade para comentar aqui sobre o produto.
      Abs,

      Orlando

  • Olá Orlando,
    Parabéns pelo Blog. Freqüento todos os dias.
    Quanto ao texto referente aos preços, concordo plenamente. Quando falamos em tecnologia, precisamos nos atentar ao custo-benefício. Digo por experiência própria. Quem nunca comprou um aparelho eletrônico (em geral) visando o valor mais em conta e depois se arrependeu amargamente. Muitas vezes nem apresenta defeito, simplesmente não apresentam uma qualidade imaginada. É difícil esperar a queda dos preços, mas é a melhor opção para ter sua satisfação atendida com o produto de ponta.

    Abraços.

    Eduardo P. Leite

  • Esse sistema chinês de alta definição é só mais um complicador a atrapalhar a popularização do Blu mas como o preço parece fazer toda a diferença,serve de alerta para os detentores do formato,que procurem com urgência,implementar uma política de redução de custos no bluray,sob pena de,em não se fazê-lo,impedir por ainda mais tempo,a sua disseminação.Mesmo assim,não vejo quaisquer chances de o modêlo chinês domunar o mercado ocidental.

  • Acredito que os preços do Blu-ray, tal aconteceu com aparelhos de DVD, deverá cair com o chegar da concorrência, o que significa os altíssimos ganhos dos fabricantes atualmente e para forçá-los a isto os produtos chinezes seriam bem-vindos sim. quanto à qualidade, o grau de complexidade do aparelho eletrônico em comparação com o dos automóveis não justificariam uma comparação simples. em outras palavras: é muito mais fácil copiar/alterar tecnologia eletrônica do que automobilística. O que temos percebido é que os custos (como o do CD) só baixou por causa da pirataria e, mesmo assim ainda permanece mais alto do que deveria. Há 03 anos um aparelho de TV de 34" custava CR$ 3.000,00 com uma tecnologia em fim de carreira, portanto um abuso. Portanto, eu e grande parte dos consumidores que não se envorgonham de não serem classe média alta acham bom sim que esses exploradores dos sonhos tenham a lição que merecem do mercado.

    Abraços!

  • Orlando,eu quero saber.o que vc acha da tv LG Scarlet 47LG64FR LCD,por ser uma tv de 5ms,vou ter problema de resposta em movimento rápido,ou é melhor uma de 2,7 ms ou plama?
    Obrigado.

  • Prezado Orlando,
    Acho interessante sua colocação sobre esse assunto pois ele é polêmico e envolve tantas variáveis que vão do citado "custo-benefício", passando pela qualidade do produto e gosto do cliente-usuário.
    Portanto considero as ponderações relativas.
    É duro para nós tupiniquins que não ganhamos em dólar pagar em torno de 520 dolares num BD-Player enquanto lá em cima paga-se em torno de 250 a 300 dolares.
    A alternativa é um DVD com upscaling. É igual? Claro que não. Mas é o viável por enquanto.
    Eu tenho uma 42 de plasma, ainda não tenho o sinal digital na antena coletiva, e não estou disposto (ou podendo) pagar pela alta-definição via satélite. Portanto assisto a TV no velho sinal. E me surpreende ver, por exemplo que o sinal da TV aberta pela antena coletiva (não digital) está melhor do que a TV a cabo que tenho.
    E digo ainda mais, confirmando a bela reportagem da Revista Home Theater, a imagem do DVD é bem melhor.
    Voltando a questão do preço e do modelo chinês (do qual não conheço), eu pago num DVD com upscaling, Hdmi, usb, que irá me atender bem, mas não pago hoje, num BD-Player de 1000 reais.
    E olhe que para finalizar, conheço muita gente, amigos meus que me xingam quando pergunto se usam Video-Componente ou Hdmi no DVD-Player, eles compram o mais barato player do mercado e usam o audio-video composto do camelô.
    Devo isso ao desinteresse na melhor qualidade, na falta de condições ou ao custo elevado em adquirir algo melhor, e por último no famoso custo-benefício ser mais custo do que benefício, neste momento.
    abraço
    Marcelo

  • Caro sr. Barrozo, quanto ao player da Oppo, o senhor está desinformado, ele possui representação oficial sim no Brasil, pela Logical Design.

    • Caro Marcelo, realmente não sabia dessa representação. Jamais recebemos qualquer informação desse produto, ou dessa empresa. Também já procuramos produtos da marca Oppo em várias lojas e não encontramos. Vamos continuar tentando.

  • Caro Sr. Barrozo, a Logical Design representa importantes fabricantes como ATI, Cary, Dali, MBL, Parasound, Nuforce, Usher, etc. que com certeza o sr. conhece, realmente acho que valhe a pena um contato com eles para tentar conseguir um exemplar para avaliação.

  • Orlando, sou obrigado a concordar com o Dener sobre a superficialidade da revista. Já fui assinante, e não renovei porque, pra falar a verdade, as matérias são muito repetitivas e superficiais. De vez em quando compro na banca, mas sempre me deparo com esse mesmo problema. Por outro lado, a HTCD é melhor, ou menos pior, revista desse gênero no Brasil, de onde conclui-se que vocês têm know-how pra fazer algo mais direcionado aos leitores mais informados. Assim, que tal, incluir na HTCD uma sessão mensal sobre áudio e vídeo hi-end, lançamentos importantes lá fora em equipamentos, ou mesmo análises mais sofisticadas, como essa que Paulo deixou o link sobre o BD OPPO? Imagino que isso satisfaria os mais exigentes, além de contribuir para que os iniciantes tenham acesso à uma informação mais completa. Pense a respeito.....

    • Caro Roosevelt, obrigado pelos comentários e sugestões. Com certeza iremos estudar sua idéia. Abs. Orlando

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Orlando Barrozo

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