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Desafiando o poder

Imagine se uma pequena videolocadora do seu bairro de repente começasse a alugar DVDs pela diária de 1 real. E que você pudesse reservar seus filmes pela internet. E retirá-los em quiosques espalhados pela cidade (ou até mesmo em outra cidade). O que fariam então as grandes locadoras? E os estúdios de cinema, apoiariam essa nova forma de locação?

Se você pensou em responder “sim”, acertou – mas só em parte. 50%, digamos. Foi exatamente o que aconteceu com a Redbox, que começou como uma extensão das lanchonetes McDonald´s na cidade americana de Denver e hoje espalha-se por todos os Estados Unidos, com mais de 18.000 quiosques como o da foto. Cada quiosque armazena cerca de 700 DVDs, cujos títulos podem ser visualizados numa telinha touchscreen semelhante às dos caixas eletrônicos. Você escolhe o que quer alugar, passa seu cartão de crédito e o DVD sai por baixo. Pronto. Não precisa falar com ninguém, nem preencher qualquer documento. Cada filme sai por 1 dólar ao dia e você pode devolver quando quiser; se ficar mais de 25 dias, não precisa mais devolver – 7 dólares serão cobrados na próxima fatura do seu cartão.

Desde 2002, esse esquema funcionava perfeitamente com a maioria dos estúdios, que podiam escoar para os quiosques muitos DVDs sem procura nas grandes lojas. Até que, no ano passado, três deles – Warner, Fox e Universal – resolveram mudar as regras do jogo: a Redbox só receberia os filmes um mês depois das grandes redes, que se sentiam prejudicadas pela concorrência supostamente desleal (na Blockbuster, o aluguel por um dia sai a 4 dólares). O pessoal da Redbox então não teve dúvida: foi à Justiça acusando os três estúdios de violar a legislação antitruste e de tentar interferir na administração da empresa. “A Warner quer estrangular uma alternativa que favorece o consumidor e determinar artificialmente os preços”, diz a ação, aceita pela Justiça na semana passada. Meses atrás, a Universal também havia perdido uma causa contra a Redbox, em que tentava proibi-la de revender os DVDs depois de usados.

Claro, as sentenças não são definitivas. Mas três outros grandes estúdios – Disney, Sony e Lionsgate – já se manifestaram a favor da rede de quiosques. Como seria se fosse aqui?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Uma idéia no mínimo interessante. Agora se fosse aqui no Brasil, acho que iam clonar cartões de créditos, pegar todos os DVD's e vendê-los.

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