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WiMax, chegando ao Brasil

Mais uma prova de que o Brasil entrou mesmo no radar dos grandes investidores internacionais: durante a Futurecom, realizada esta semana em São Paulo, foi confirmado acordo entre o WiMax Forum – entidade que estabelece as normas para utilização do padrão em todo o mundo – e o CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), provavelmente o principal órgão de pesquisa avançada no Brasil. O CPqD irá trabalhar em conjunto com a Anatel para certificar os equipamentos WiMax a serem usados no Brasil. Falando à imprensa durante o evento, o vice-presidente do Forum, Mohammad Shakouri, pediu à Anatel a regulamentação imediata do padrão, com definição do espectro de freqüências necessário, e “um critério consistente e tecnicamente neutro” para seu uso.

Aí é que a coisa pode complicar. Há pelo menos dois anos se ouve falar que a Anatel estuda a liberação de espectro para WiMax, tecnologia que várias empresas – a mais conhecida delas é a Samsung – já pesquisam há anos. Infelizmente, a lentidão dos órgãos públicos brasileiros é irritante. Há questões técnicas importantes envolvidas (como bem explica Samuel Posseibon, do Tela Viva, neste artigo), mas há também má-vontade política, que alguns confundem com incompetência. WiMax e LTE (Long Term Evolution) são os dois padrões de comunicação sem fio de longa distância que disputam, no mundo inteiro, a preferência de operadores e usuários. Um deles deverá ser escolhido pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) como referência para o padrão 4G, que permitirá – entre outras coisas – a transmissão de sinal HD para dispositivos móveis, além de maior estabilidade nas conexões em geral.

O WiMax Forum enxerga no Brasil, com razão, a plataforma ideal para espalhar o padrão a toda a América Latina. O CPqD é o primeiro órgão certificado, no continente, para trabalhar sobre o WiMax. Aparentemente, as operadoras brasileiras preferem o LTE, mas essa discussão ainda vai longe.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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