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Juros ocultos, consumidor feliz

“O consumidor está feliz,

e o pessoal fica tentando

colocar minhoca na cabeça dele”.

A frase, que dispensa comentários, é atribuída a Alvaro Musa, da empresa Partner Consulting, em reportagem da Folha de S.Paulo sobre o varejo brasileiro. O texto comenta que algumas redes, como o Carrefour, resolveram ampliar ainda mais os prazos de financiamento ao consumidor, que já chegam a 24 parcelas mensais. Casas Bahia (17 parcelas) e Extra (15) são outras redes que seguem no mesmo caminho. Consultores ouvidos pelo jornal criticam essa política, acusando as redes de iludirem os clientes. Musa contesta: “O que o varejista faz é repassar ao cliente as taxas que o banco impõe à rede, que são muito menores do que as praticadas para a pessoa física”.

Tudo bem, sr. Musa. O problema é não deixar isso claro ao comprador, certo? Como diz, na mesma reportagem, Miguel José de Oliveira, da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade): “Não existe financiamento sem juros”. Segundo ele, as redes trabalham com juros “ocultos” de até 30% nos financiamentos de 18 a 24 meses. O Carrefour, é claro, nega. Mas Oliveira sugere: “Se o consumidor for à loja e barganhar, sempre consegue descontos significativos à vista”.

Elementar, não? Alguém acreditar que está comprando a prazo (longo) e não está pagando juros, só mesmo no reino de Papai Noel. Mas, pela visão do sr. Musa, consumidor enganado é consumidor feliz.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Orlando, um homem de negócio não pode pensar assim de seus clientes.
    O mundo mudou, as pessoas mudaram e a exigência do consumidor é algo que melhorou nos últimos anos, imagine se a civilização não tivesse evoluido, ou se fossemos como esse pensamento do Sr. Alvaro Musa, talvez não teriamos avançados e a civilização seria um fracaço nas suas evoluções.
    O fornecedor que engana o seu cliente, na quilo que é mais sagrado, o preço justo, não merece te-lo como cliente, enganar um cliente é perder a confiança, isso significa perder o cliente eternamente.
    Abs. Dinaldo Campos

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