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O plasma e o nível de preto

Uma das polêmicas mais acirradas nos últimos meses, no mercado de televisores, é sobre o contraste de plasmas e LCDs. Dezenas de leitores se manifestaram, inclusive aqui neste blog, defendendo uma ou outra tecnologia, mas no quesito contraste o plasma sempre foi tido como superior. E realmente é. Ou não? A polêmica deve se reacender agora, depois que David Katzmaier, um dos mais competentes jornalistas americanos no setor, levantou a lebre: o nível de preto dos plasmas Panasonic vendidos nos EUA não é, digamos, assim uma Brastemp…

A polêmica é detalhada no Crave, blog conduzido por Katzmaier, que compilou uma série de reclamações de usuários a respeito da queda de performance desses TVs em relação ao contraste. Tudo teria começado com posts no AVS Forum, comunidade de aficcionados, especialmente americanos, todos criticando a marca. Intrigado, Katzmaier, cuja especialidade é justamente a análise de televisores em laboratório, foi ouvir o que tinha a dizer a Panasonic. E a resposta foi estranha. Alguns trechos:

“Vários elementos e características dos displays eletrônicos mudam com uso ao longo do tempo… Os HDTVs Panasonic Viera plasma incorporam um controle automático que ajusta a voltagem interna em intervalos pré-determinados, fazendo com o que o nível de brilho por trás da dela (background brightness) aumente a partir de seu valor inicial. Depois de vários anos, as características dos materiais internos se estabilizam e não é necessário mais nenhum ajuste automático de voltagem. O nível de preto atingido nesse ponto irá produzir excelente performance de imagem. Os modelos mais novos da linha Viera plasma incorporam um controle automático ainda melhor, que aplica os ajustes de voltagem em incrementos menores, resultando numa mudança mais gradual do nível de preto ao longo do tempo”.

Esquisita explicação, não? Quer dizer que o nível de preto inicial é um, e com o uso contínuo essa característica vai melhorando? Katzmaier também achou estranho, e prometeu fazer, ele mesmo, os testes para saber se as queixas têm fundamento. Como ele, confesso que nunca tinha ouvido falar disso. Mas a reação do fabricante – em vez de simplesmente desmentir as críticas – deixa margem a dúvidas. Quem estará com razão?

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Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Necessito falar com o sr. Ronaldo Francchini sobre produtos da ARC - Audio Research Company. Quero adquirir um, mas não acho o contato.
    At.,
    Flávio

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