Com a recuperação econômica do país, a população passou a viver melhor, e por mais tempo, enquanto os casais, mais instruídos, decidiram ter menos filhos. A boa situação do país fez também com que muitos jovens pudessem começar a trabalhar mais tarde, com seus pais bancando a faculdade. Resultado: muitos aposentados e menos gente trabalhando. E um tremendo déficit da previdência – que lá funciona, embora os exigentes espanhóis sempre achem que podia funcionar melhor (eles não conhecem a previdência brasileira).
A crise atual da Espanha tem muito a ver, também, com um problema que o Brasil não enfrenta: a invasão de imigrantes. São milhares, talvez milhões, de africanos, asiáticos, árabes e latinos tentando entrar no país todos os dias. Há ainda os refugiados da Europa Oriental, especialmente da região do Kosovo. Barcelona, por exemplo, abriga muitos albaneses, sérvios e macedônios, incluindo milhares de ciganos, facilmente identificáveis nas ruas. Toda essa gente entra sem permissão no país e acaba roubando postos de trabalho de espanhóis. Esses movimentos migratórios também alimentam os grupos separatistas, como na Catalunha (cuja capital é Barcelona) e no País Basco, palco de contínua violência.
Enfim, esse é o caldo que esquenta a situação política e econômica espanhola. Muito mais complexo, como se vê, do que a simples crise do dinheiro. Ainda assim, é um país fascinante e que pode dar ao Brasil – o país da marolinha – muitas aulas de civilidade e patriotismo sincero.
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A diferença é que aqui temos um crise moral e uma crise institucional Nada funciona sem propina e comissões. Nada anda sem interferencia dos amigos do Rei. Regredimos 500 anos aqui no Basil, enquanto que nos paises da Europa que passam por crises, a crise é fruto da evolução rápida. A nossa é fruto de nossa regressão.