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Quando a política atrapalha

Quando o presidente Lula politizou a questão da banda larga, transformando-a em matéria de campanha eleitoral, já se sabia que aquilo não ia dar em boa coisa. De repente, os políticos descobriram que o assunto pode render votos. Agora, o Congresso entra na discussão. Esta semana, houve a primeira audiência pública na Câmara, com amplo espaço para as mais desvairadas bobagens, ditas por gente que nada entende de banda larga. Tudo bem, faz parte da democracia, e é natural que o Congresso – teoricamente, a “casa do povo” – queira debater.

Mas leiam a reportagem que saiu ontem no site Pay-TV: políticos do PMDB, o principal partido aliado do governo, articulam nos bastidores para que, em vez da Telebrás, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) seja conduzido pela ECT (Correios). E por que? Ora, o PMDB manda nos Correios há décadas. Como se sabe, o ministro Helio Costa vai deixar o cargo na próxima semana para se candidatar, com apoio das operadoras telefônicas, ao governo de Minas em outubro. Costa, claro, é contra a Telebrás. E a ECT está para ser transformada em “Correios do Brasil S.A., o que pela lei lhe permitiria atuar também no setor de correio eletrônico (leia-se: internet).

Como sempre, o plano está sendo costurado nos bastidores. Pode até não vingar, mas com o poder do PMDB dentro do atual governo isso é pouco provável. A única certeza é que nenhuma das figuras envolvidas no caso está preocupada com os efeitos do PNBL na vida da população.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Só nos resta torcer de dedos cruzados para que o PMDB,o partido mais corrupto do Brasil(quem mora no Rio,é da classe média e tem acesso as informações sabe bem disso)perca um bom número de cargos executivo e legislativo e vá diminuindo aos poucos(sumir eu acho difícil-seria o ideal);um dia aliás ,as eleições serão uma coisa séria e facultativa,como nas democracias de fato.

    • Caro Sergio, é bom não ficar só na torcida. Vamos usar a força da internet para espalhar esse tipo de maracutaia ao maior número possível de pessoas. Quem sabe, assim elas votam melhor em outubro. Abs. Orlando

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